domingo, 15 de dezembro de 2013
MINHAS CRIAÇÕES PARA ESTE NATAL E ANO NOVO
Se você amigo leitor e internauta é daqueles que gostam de ilusionismo abstrato, pode fazer uso a vontade destas minhas criações que criei especialmente para quem visita este blog. CRIEM BELOS CARTÕES DE NATAL E ANO NOVO, FAÇAM QUADROS E DECOREM A SUA SALA. Ficam lindos. voce pode até ganhar dinheiro com eles. EXPERIMENTEM! DEIXEM DEPOIS O SEU COMENTÁRIO NESTE BLOG.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013
BIOGRAFIA DE VINCENT VAN GOGH
Vincent William
van Gogh nasceu em Groot-Zundert, uma cidadezinha em Brabante, no dia 30 de
março de 1853. O pai era pastor protestante e van Gogh herdou dele o forte
sentimento religioso pela vida e pela natureza que caracterizou o seu trabalho.
Ele e o irmão mais novo, Théo, eram muito amigos e este não só incentivou o seu
desejo de ser pintor como, na verdade, susentou-o financeiramente nos últimos
anos de sua vida. O primeiro emprego de Vincent foi nas filiais de Paris,
Bruxelas e Londres da Goupil e Cie, empresa que negociava objetos de arte
fundada por seu tio. Mais tarde, tentou ensinar em Londres e, depois, trabalhou
pregando nas minas e distritos agrícolas pobres de Brabante. Foi aí que van
Gogh começou a expressar nos seus desenhos o que sentia pelas pessoas que o
cercavam. Vivia tão pobre quanto elas, ao lado de uma prostituta que tomara a
seus cuidados, mas a sua dedicação cristã foi mal compreendida e a sua igreja o
censurou.
Vincent van Gogh
não se enquadra em nenhuma escola de pintura, embora sua extraordinária
percepção das cores possa ter se originado das teorias impressionistas. Foi
depois de se juntar ao irmão Théo, em Paris, e conhecer os
"Impressionistas" que van Gogh começou a abandonar os tons escuros
que até então usara, preferindo as cores puras primárias e secundárias, e
adotar as pinceladas irregulares que davam uma sensação de luminosidade e leveza
aos quadros impressionistas. Começou também a pintar a ar livre, hábito que
conservou até morrer. A técnica de pinceladas firmes e carregadas que criou
para seu próprio uso, aplicadas sem hesitação, permitiu-lhe pintar rapidamente
e produzir um vasto número de obras nos últimos dois anos e meio de sua vida.
Mais tarde, um
amor não correspondido levou-o a tentar o suicídio. Em 1880, van Gogh resolvera
estudar arte em Bruxelas e Haia, acabou por juntar-se ao irmão Théo, que
trabalhava para o Goupil e Cie em Paris. Ali, van Gogh conheceu Degas,
Pissarro, Signac, Seurat, Toulouse-Lautrec, Monet e Renoir, e descobriu a sua
verdadeira vocação.
Depois de dois
anos em Paris, durante os quais pintou mais de duzentos quadros com a ajuda
financeira do irmão, van Gogh foi para Arles, no sul da França. Alugou um
estúdio num local batizado de Casa Amarela e ali esperou que o amigo Gauguin
viesse lhe fazer companhia. Gauguin relutava mas, como Théo era o seu marchand,
sentiu-se obrigado a passar algum tempo com Vincent. Os dois homens
estabeleceram-se em Arles, mas a tenção entre eles era muito grande,
principalmente devido
ao temperamento
exaltado de van Gogh, e Gauguin anunciou que ia voltar para Paris. Uma noite,
percebeu que estava sendo seguido pelos
jardins públicos
de Arles por van Gogh que o ameaçava com uma lâmina de barbear ou faca. Gauguin
dormiu aquela noite no hotel e, no dia seguinte, voltando a Casa Amarela, soube
que tinham levado van Gogh para o hospital. Vincent cortara parte da orelha e a
dera de presente a uma prostituta do bar que os dois costumavam freqüentar.
Depois disso,
van Gogh retirou-se voluntariamente para um asilo para doentes mentais em
St-Rémy-de-Provence, onde esperava recuperar a confiança em si mesmo e a
estabilidade mental. Enquanto esteva internado, pintou sem parar e escrevia ao
irmão e a Gauguin garantindo-lhes que já estava curado. Outros se seguiram; van
Gogh percebeu que era vítima de uma doença incurável.
Em 1890 deixou
St-Rémy e o clima ameno do sul e, seguindo o conselho de Pissarro, foi para
Auvers-sur-Oise, onde um certo Dr. Gachet cuidou dele. Ali continuou pintando
mas, depois de uma visita a Paris, onde soube das dificuldades financeiras do
irmão e da doença do sobrinho, van Gogh teve uma recaída. Um dia, enquanto
pintava ao ar livre em Auvers, deu um tiro no peito. O ferimento não parecia
ser muito grave. Dr.Gachet fez o curativo e chamou Théo em Paris. Dois dias
depois, em 29 de julho de 1890, Vincent van Gogh morria. Foi enterrado no
cemitério de Auvers.
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BIOGRAFIA DE CLARICE LISPECTOR
Clarice
Lispector nasceu na Ucrânia, na aldeia Tchetchenilk, no ano de 1925. Os
Lispector emigraram da Rússia para o Brasil no ano seguinte, e Clarice nunca
mais voltou á pequena aldeia. Fixaram-se em Recife, onde a escritora passou a
infância. Clarice tinha 12 anos e já era órfã de mãe quando a família mudou-se
para o Rio de Janeiro. Entre muitas leituras, ingressou no curso de Direito,
formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Casou-se com um colega de
faculdade em 1943. No ano seguinte publicava sua primeira obra: “Perto do
coração selvagem”. A moça de 19 anos assistiu à perplexidade nos leitores e na
crítica: quem era aquela jovem que escrevia "tão diferente"? Seguindo
o marido, diplomata de carreira, viveu fora do Brasil por quinze anos. Dedicava-se
exclusivamente a escrever. Separada do marido e de volta ao Brasil, passou a
morar no Rio de Janeiro. Em 1976 foi convidada para representar o Brasil no
Congresso Mundial de Bruxaria, na Colômbia. Claro que aceitou: afinal, sempre
fora mística, supersticiosa, curiosa a respeito do sobrenatural. Em novembro de
1977 soube que sofria de câncer generalizado. No mês seguinte, na véspera de
seu aniversário, morria em plena atividade literária e gozando do prestígio de
ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.
Obra:
O objetivo de Clarice, em suas obras, é o de atingir
as regiões mais profundas da mente das personagens para aí sondar complexos
mecanismos psicológicos. É essa procura que determina as características
especificas de seu estilo.
O enredo tem importância secundária. As ações - quando
ocorrem - destinam-se a ilustrar características psicológicas das personagens.
São comuns em Clarice histórias sem começo, meio ou fim. Por isso, ela se
dizia, mais que uma escritora, uma "sentidora", porque registrava em
palavras aquilo que sentia. Mais que histórias, seus livros apresentam
impressões. Predomina em suas obras o tempo psicológico, visto que o narrador
segue o fluxo do pensamento e o monólogo interior das personagens. Logo, o
enredo pode fragmentar-se. O espaço exterior também tem importância secundária,
uma vez que a narrativa concentra-se no espaço mental das personagens.
Características físicas das personagens ficam em segundo plano. Muitas
personagens não apresentam sequer nome. As personagens criadas por Clarice
Lispector descobrem-se num mundo absurdo; esta descoberta dá-se normalmente
diante de um fato inusitado - pelo menos inusitado para a personagem. Aí ocorre
a “epifania”, classificado como o momento em que a personagem sente uma luz
iluminadora de sua consciência e que a fará despertar para a vida e situações a
ela pertencentes que em outra instância não fariam a menor diferença. Esse fato
provoca um desequilíbrio interior que mudará a vida da personagem para sempre.
Para Clarice, "Não é fácil escrever. É duro
quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados". "Mas
já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as
entrelinhas". "Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio
sobre o mundo."
Romances:
Perto do Coração Selvagem, RJ, A Noite, 1944.
Lustre, RJ, Agir, 1946.
A Cidade Sitiada, A Noite, 1949.
A Maçã no Escuro, RJ, Francisco Alves, 1961.
A Paixão Segundo G.H., RJ, Francisco Alves, 1964.
Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, RJ, Sabiá,
1969.
A Hora da Estrela, RJ, José Olympio, 1977.
Contos e crônicas:
Laços de Família, RJ, Francisco Alves, 1960.
A Legião Estrangeira, RJ, Ed. do Autor, 1964.
Felicidade Clandestina, RJ, Sabiá, 1971.
A Imitação da Rosa, RJ, Artenova, 1973.
A Via-Crucis do Corpo, RJ, Artenova, 1974.
A Bela e a Fera, RJ, Nova Fronteira, 1979.
Literatura infantil:
Mistério do Coelho Pensante, RJ, J. Álvaro, 1967.
A Vida Íntima de Laura, RJ, Sabiá, 1974.
A Mulher que Matou os Peixes, RJ, Sabiá, 1969.
Quase de Verdade, RJ, Rocco, 1978.
"Meus livros felizmente para mim não são
superlotados de fatos,
e sim da repercussão dos fatos nos indivíduos.
Eu me refugiei em escrever. Acho que consegui devido a
uma vocação bastante forte e uma falta de medo ao ser considerada
diferente no ambiente em que vivia."
“Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a
seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram
aceitas."
OBRA INFANTIL DE CLARICE LISPECTOR
A literatura de Clarice Lispector para crianças, com
sensibilidade quase maternal, cria um clima de aconchego e conforto, como se a
cada vez que as páginas do livro fossem abertas, as crianças leitoras se
sentissem como que entrando na sala de visitas da casa da autora e fossem ouvir
uma história bem criativa com todo aquele ar de intimidade. Como se a história
fosse contada por alguém bem próximo e bem querida: a mãe, a tia, a avó, o pai,
etc. Alguém em quem a criança confiasse “sentar” ao lado para ouvir uma
historinha e deixando-se levar pela narração. Isto está bem evidente na hora em
que a narradora, em “A mulher que matou os peixes” diz:
“Sabem de uma coisa? Resolvi agora mesmo convidar
meninos e meninas para me visitarem em casa. Vou ficar tão feliz que darei a
cada criança uma fatia de bolo , uma bebida bem gostosa, e um beijo na testa.”
O clima de intimidade, próprio para ganhar confiança
vem do modo como ela “dialoga” com
criança através da obra. Como no mesmo livro “A Mulher que Matou os
Peixes”, logo no início antes de contar a história vem a frase:
“Antes de começar, quero que vocês saibam que meu nome
é Clarice. E vocês, como se chamam? Digam baixinho o nome de vocês e meu
coração vai ouvir.”
E esse recurso estilístico se repete várias vezes. As
digressões ou os supostos diálogos da narradora com o leitor predominam em
relação às ações da própria narrativa. Clarice Lispector parecia estar ciente
de como penetrar no Universo Infantil de modo seguro e que não fizesse em
momento algum com que o pequeno leitor se sentisse ‘sozinho’ ao ler a história
– na verdade, a impressão de que a narradora é uma companhia está muito
presente, tal a intimidade oferecida pelo texto. Como em uma das passagens de
“O Mistério do Coelho Pensante”, a confiança a ser conquistada é uma
prioridade. E pode-se estabelecer uma analogia:
“Coelho é como passarinho: se assusta com carinho
forte demais, fica sem saber se é por amor ou por raiva. A gente tem que ir
devagar para ele ir se acostumando, até que ele ganha confiança.”
(MCP)
Da mesma forma a narradora começa a narrativa aos
pouquinhos, sempre fazendo intervenções ao longo dela até que o leitor se veja
completamente envolvido, e, isso também
é muito característico de sua obra direcionada à camada adulta. Numa linguagem
simples e recheada por onomatopéias, metáforas, aliterações e outros recursos
de linguagem, suas fábulas encontram meios de profunda identificação com a
criança. Em “O Mistério do Coelho Pensante”, Joãozinho, é um coelho que pensa e
tem idéias brilhantes e que ninguém sabe de onde vêm, e, por isso permanecem os
“mistérios” do começo ao fim do livro. Laura, de “A Vida Íntima de Laura”,
também pensa. Apesar de “burrinha”, tem “pensamentozinhos e sentimentozinhos”,
e até cacareja assim: “Não me matem! Não me matem!” Ulisses de “Quase de
Verdade” é o cachorro que “poupa” o trabalho de Clarice ao contar a história,
ou melhor, de ser o narrador. É sabido, bonito e com seu “au- au-au” expressa
tudo o que está sentindo, achando ou pensando. Só em “A mulher que matou os
peixes” que não existem animais falantes e é também, juntamente ao “Quase de
Verdade”, o único livro infantil de Clarice Lispector – entre os outros quatro
livros citados – narrados em primeira pessoa o tempo todo. Têm um narrador
protagonista que conta os fatos através das memórias de suas experiências. E
parece também, que em “A Mulher que Matou os Peixes”, que ela alcança maior
empatia com os leitores –mirins. Nesta obra, a narradora se “expõe totalmente”
em busca da justificação do crime que traria sua absolvição por ter matado os
peixes. Mas, em geral, as narrativas apresentam uma linguagem muito próxima à
da criança, seja com suas repetições de idéias ou termos quando deseja frisar
algum tópico importante e nem sempre encontra recurso adequado para isso. Essas
repetidas vezes são responsáveis pela facilidade com que as passagens são
entendidas e interpretadas pelas crianças.
São narrativas simples e que mesmo tendo alguma ação
se concentram – a exemplo de suas narrativas para adultos – muito mais nos
“aspectos psicológicos” das personagens fantásticas. Nessa mistura de fantasia
e realidade, o íntimo de cada personagem é sondado por uma análise meticulosa
ou o uso de uma linguagem tão próxima à criança que torna essa “análise” feita
por ela própria. As ações parecem ser meros pretextos para o desenvolvimento de
uma minuciosa – obviamente muito mais ‘descomplicada’ – análise de um perfil
psicológico dentro da história, sem deixar, mais uma vez, de comparar essa
problemática de sua obra infantil com sua obra para adultos.
Essas fábulas, assim como as todas as demais, uma vez
ou outra podem ter um cunho moralizante: como em Laura, a galinha, que apesar
de ser muito feia e burra tem um grande coração, aliás clichê aludindo ao fato
da beleza interior ser mais importante do que a exterior:
“A verdade é que Laura tem o pescoço mais feio que já
vi no mundo. Mas você não se importa, não é? Porque o que
vale mesmo é ser bonito por dentro.”
(VIL)
Em “Quase de Verdade”, também a nuvem Oxélia deixa ao
final da história de ser ruim ao chover. Sua cor preta de nuvem carregada de
chuva torna-se branca como nuvenzinha de verão. Assim também como o cachorro
Bruno mata o cachorro Max, em “A Mulher que Matou os Peixes”, num acesso de
ciúmes pelo dono. Acaba sendo morto pelos outros cachorros da vizinhança em
‘vingança’ algum tempo depois. Todas essas histórias são baseadas em fábulas
originais, mas com um toque todo pessoal de Clarice Lispector.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
MEIO AMBIENTE E POLITICA
POLÍTICA
E MEIO AMBIENTE
A crise ambiental vem suscitando
mudanças na política. Não apenas as preocupações ecológicas cresceram
enormemente nos debates e nos programas de políticos e de partidos, como também
novas propostas surgiram. Até mais ou menos a década de 60 era o raro partido
político, em qualquer parte do mundo, que tivesse alguma preocupação com a
natureza. Hoje esse tema ganha um certo destaque nos programas, nas promessas
eleitorais, nos discursos e algumas vezes até na ação dos diversos partidos, em
muitas partes do mundo. Multiplicaram-se os ecologistas, as organizações e os
movimentos ecológicos, assim como os partidos denominados verdes que defendem
uma política voltada basicamente para uma nova relação entre a sociedade e a
natureza.
Como infelizmente é comum em nossa
época mercantilizada, também no movimento “verde” há muito oportunismo: às
vezes a defesa do meio ambiente resulta em promoção pessoal e mesmo em altos
ganhos. Ë o caso das empresas que visam apenas ao lucro com a venda de produtos
ditos naturais. Podemos lembrar ainda os constantes shows musicais cuja renda
se destinaria aos indígenas ou aos seringueiros da Amazônia - que em geral até
hoje nunca viram um centavo desses milhões de dólares. Apesar de tudo isso, não
se pode ignorar a renovação que a problemática ambiental ocasionou nas idéias
políticas.
Até alguns anos atrás falava-se em
progresso ou desenvolvimento e aparentemente todo mundo entendia e concordava.
O que provocava maiores polêmicas eram os meios para chegar a isso: para alguns
o caminho era o capitalismo, para outros o socialismo; certas pessoas diziam
que um governo democrático era melhor para se alcançar o progresso, outras
afirmavam que só um regime forte e autoritário poderia colocar ordem na
sociedade e promover o desenvolvimento. Mas o objetivo era basicamente o mesmo:
o crescimento acelerado da economia, a construção de um número cada vez maior
de estradas, hospitais, edifícios, aeroportos e escolas, a fabricação de mais e
mais automóveis, a extensão sem fim dos campos de cultivo. A natureza não
estava em questão. O único problema de fato era a quem esse desenvolvimento
beneficiária: à maioria ou a minoria da população.
Usando uma imagem, podemos dizer que
o progresso era um trem no qual toda a humanidade viajava, embora alguns
estivessem na frente e outros atrás, alguns comodamente sentados e outros de pé.
Para os chamados conservadores (isto é, a “direita”), isso era natural e
inevitável: sempre existiriam os privilegiados
e os desfavorecidos. Para os denominados progressistas ( ou seja, a
“esquerda”), essa situação era intolerável e tornava necessário fazer uma
reformulação para igualar a todos. Mas todas as pessoas concordavam com a idéia
de que o trem deveria continuar no seu caminho, no rumo do “progresso”; havia
até discussões sobre a melhor forma de fazer esse trem andar mais rapidamente.
A grande novidade da crise ambiental
é que ela suscitou a seguinte pergunta: Para onde o trem está indo? E a
resposta parece ser: Para um abismo, para um catástrofe. De fato, ao enaltecer
o progresso durante séculos, imaginava-se que a natureza fosse infinita: poderíamos
continuar usando petróleo, ferro, manganês, carvão, água, urânio, etc. à
vontade, sem problemas. Sempre haveria um novo espaço a ser ocupado, um novo
recurso a ser descoberto e explorado. A natureza, vista como um mero recurso
para a economia, era identificada com o universo, tido como infinito.
Mas hoje sabemos que a natureza que
permite a existência da vida e fornece os bens que utilizamos - a natureza para
os homens, afinal - ocorre somente no planeta Terra, na superfície terrestre. E
ela não é infinita; ao contrário, possui limites que, apesar de amplos, já
começam a ser atingidos pela ação humana. Não há espaço, atmosfera, água,
ferro, petróleo, cobre, etc. para um progresso ilimitado ou infinito. É
necessário portanto repensar o modo de vida, o consumo, a produção voltada
unicamente para o lucro e sem nenhuma preocupação com o futuro da biosfera.
Essa é a grande mensagem que o movimento ecológico trouxe para a vida política.
Vai ficando claro que explosões
atômicas russas ou norte-americanas, mesmo realizadas no subsolo ou em áreas
desérticas desses países, acabam mais cedo ou
mais tarde nos contaminando pela propagação da radiação. Também a
poluição dos mares e oceanos (e até dos rios, que afinal desembocam no mar),
mesmo realizada na litoral de algum país, acaba se propagando, atingindo com o
tempo outros países. As enormes queimadas de florestas na África ou na América
do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam; elas fazem
diminuir a massa vegetal sobre o planeta ( e as plantas, pela fotossíntese,
contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais importante,
liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato que acaba por
atingir a todos os seres humanos. Inúmeros outros exemplos poderiam ser
mencionados. Todos eles levam à conclusão de que a questão do meio ambiente é
mundial e é necessário criar formas de proteção da natureza que sejam
planetárias, que não fiquem dependentes somente de interesses locais - e as
vezes mesquinhos - dos governos nacionais.CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA E CRISE AMBIENTAL
Desde
a década de 70 a humanidade vem tomando consciência de que existe uma crise
ambiental planetária. Não se trata apenas de poluição de áreas isoladas, mas de
uma real ameaça à sobrevivência dos seres humanos, talvez até de toda a
biosfera. O notável acúmulo de armamentos nucleares nas décadas de 50, 60 e 70
ocasionou um sério risco de extermínio, algo que nunca tinha sido possível
anteriormente. A multiplicação de usinas nucleares levanta o problema do escape
de radiatividade para o meio ambiente e coloca a questão do que fazer com o
perigoso lixo atômico. O acúmulo de gás carbônico também na atmosfera
representa um risco de catástrofe, pois ocasiona o crescimento do efeito
estufa, que eleva as médias térmicas da maior parte dos climas do planeta.
Muitos outros problemas ambientais
podem ser lembrados. Um deles é a contaminação de alimentos por produtos
químicos nocivos à saúde humana, como agrotóxicos, adubos químicos, hormônios e
medicamentos aplicados comumente ao gado para que ele cresça mais rapidamente
ou não contraia doenças. Podemos acrescentar ainda a crescente poluição dos
oceanos e mares, o avanço da desertificação, o desmatamento acelerado das
últimas grandes reservas florestais originais do planeta (Amazônia, bacia do
rio Congo e Taiga), a extinção irreversível de milhares ou até milhões de
espécies vegetais e animais, etc.
Podemos falar numa consciência
ecológica da humanidade em geral, embora com diferente ritmos - mais avançada
no Norte e mais tardia nos países subdesenvolvidos - , que se iniciou por volta
da década de 70 e cresce a cada ano. Trata-se da consciência de estarmos todos
numa mesma “nave espacial”, o planeta Terra, o único que conhecemos que
possibilitou a existência de uma biosfera. Trata-se ainda da consciência de que
é imperativo para a própria sobrevivência da humanidade modificar o nosso
relacionamento com a natureza. A natureza deixa aos poucos de ser vista como
mero recurso inerte e passa a ser encarada como um conjunto vivo do qual
fazemos parte e com o qual temos que procurar viver em harmonia.
UM PROBLEMA MUNDIAL
Um fato que ficou claro desde os
anos 70 é que o problema ambiental, embora possa apresentar diferenças
nacionais e regionais, é antes de mais nada planetário, global. A longo prazo,
de nada adianta, por exemplo, transferir indústrias poluidoras de uma área (ou
país) para outra, pois do ponto de vista da biosfera nada se altera. Não
podemos esquecer que a atmosfera é uma só, que as águas se interligam (o ciclo
hidrológico), que os ventos e os climas são planetários.
Vamos imaginar que estamos numa
enorme casa, com todas a janelas e portas fechadas, e há uma fogueira num
quarto nobre envenenando o ar. Alguém propõe então transferir a fogueira para
outro quarto, considerado menos nobre. Isso elimina o problema de ar
contaminado? Claro que não. No máximo pode dar a impressão de que por algum
tempo melhorou a situação dos que ocupam o quarto nobre. Todavia, depois de um
certo período (horas ou dias), fica evidente que o ar da casa é um só e que a
poluição num compartimento propaga-se para todo o conjunto. A biosfera, onde se
inclui o ar que respiramos, as águas e todos os ecossistemas, é uma só apesar
de muito maior que essa casa hipotética. O ar, embora exista em grande
quantidade, na realidade é limitado e interligado em todas as áreas. Poderíamos
abrir portas e janelas daquela casa, mas isso não é possível para a biosfera,
para o ar ou as águas do nosso planeta.
Outro aspecto do caráter mundial que
a crise ambiental possui é que praticamente tudo o que ocorre nos demais países
acaba nos afetando. Até algumas décadas atrás era comum a opinião de que
ninguém tem nada a ver com os outros,
cada país pode fazer o que bem entender com o seu território e com as suas
paisagens naturais. Hoje isso começa a mudar. Vai ficando claro que explosões
atômicas russas ou norte-americanas, mesmo realizadas no subsolo ou em áreas
desérticas desses países, acabam mais cedo ou
mais tarde nos contaminando pela propagação da radiação. Também a
poluição dos mares e oceanos (e até dos rios, que afinal desembocam no mar),
mesmo realizada na litoral de algum país, acaba se propagando, atingindo com o
tempo outros países. As enormes queimadas de florestas na África ou na América
do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam; elas fazem
diminuir a massa vegetal sobre o planeta ( e as plantas, pela fotossíntese,
contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais importante,
liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato que acaba por
atingir a todos os seres humanos. Inúmeros outros exemplos poderiam ser
mencionados. Todos eles levam à conclusão de que a questão do meio ambiente é
mundial e é necessário criar formas de proteção da natureza que sejam
planetárias, que não fiquem dependentes somente de interesses locais - e as
vezes mesquinhos - dos governos nacionais.
PROBLEMAS AMBIENTAIS DAS GRANDES CIDADES
De modo
geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidade que
nas pequenas ou no meio rural. Além da
poluição atmosférica, as metrópoles apresentam outros problemas graves:
Acúmulo de lixo e de esgotos. Boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso
dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e resíduos de indústrias são
despejados nos rios. Com freqüência esses rios “morrem” (isto é, ficam sem
peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o
lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos.
Congestionamentos
freqüentes, especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são
muito mais importantes que os transportes coletivos muitos moradores da
periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda,
gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho.
Poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho (dos veículos
automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda
comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma
progressiva diminuição da capacidade auditiva.
Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e
recreação, etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a poluição
atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a
renovação do oxigênio no ar. Além disso tal carência limita as oportunidades de
lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo
livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas
profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem esportes).
Poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes
publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem natural, etc.
Na realidade, é nos grandes centros
urbanos que o espaço construído pelo homem, a segunda natureza, alcança seu
grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo natural, sempre acaba
apresentando variações, modificações provocadas pela ação humana. O próprio
clima das metrópoles - o chamado clima urbano - constitui um exemplo disso. Nas
grandes aglomerações urbanas normalmente faz mais calor e chove um pouco mais
que nas áreas rurais vizinhas; além disso, nessas áreas são também mais comuns
as enchentes após algumas chuvas. As elevações nos índices térmicos do ar são
fáceis de entender: o asfaltamento das ruas e avenidas, as imensas massas de
concreto, a carência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de gás
carbônico na atmosfera (que provoca o efeito estufa), o grande consumo de
energia devido à queima de gasolina, óleo diesel querosene, carvão, etc., nas
fábricas, residências e veículos são responsáveis pelo aumento de temperatura
do ar. Já o aumento dos índices de pluviosidade se deve principalmente à grande
quantidade de micropartículas (poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel
de núcleos higroscópicos que facilitam a condensação do vapor de água da
atmosfera. E as enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se
infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que compacta o solo e
aumenta sua impermeabilização.
Todos esses fatores que provocam um
aumento das médias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que barram ou
dificultam a penetração dos ventos e à canalização das águas - fato que diminui
o resfriamento provocado pela evaporação - conduzem à formação de uma ilha de
calor nos grandes centros urbanos. De fato, uma grande cidade funciona quase como uma “ilha” térmica em relação às
suas vizinhanças, onde as temperaturas são normalmente menores. Essa “ilha de calor” atinge o seu pico, o seu grau
máximo, no centro da cidade.
A grande concentração de poluentes
na atmosfera provoca também uma diminuição da irradiação solar que chega até a
superfície. Esse fato, juntamente com a fraca intensidade dos ventos em certos
períodos, dá origem às inversões térmicas.
O fenômeno da inversão térmica -
comum, por exemplo, em São Paulo, sobretudo no inverno - consiste no seguinte:
o ar situado próximo à superfície, que em condições normais é mais quente que o
ar situado bem acima da superfície, torna-se mais frio que o das camadas
atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais pesado que o ar quente, ele impede
que o ar quente, localizado acima dele, desça. Assim, não se formam correntes
de ar ascendentes na atmosfera. Os resíduos poluidores vão então se
concentrando próximo da superfície, agravando os efeitos da poluição, tal como
irritação nos olhos, nariz e garganta dos moradores desse local. As inversões
térmicas são também provocadas pela penetração de uma frente fria, que sempre
vem por baixo da frente quente. A frente pode ficar algum tempo estagnada no
local, num equilíbrio momentâneo que pode durar horas ou até dias.
ÁGUA: UMA ESCASSEZ ANUNCIADA
O volume de água na Terra está
estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros cúbicos (Km3),
sendo a maior parte - 97,2% desse total - formada pela água salgada dos mares e
oceanos. Algo como 1,8% da água total está estocada sob a forma de neve ou
gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares. Outra
porção é a água subterrânea, que abrange cerca de 0,9% desse total, restando
então a água atmosférica (0,001%) e os rios e lagos de água doce, que ficam com
somente 0,0092% dessa água do nosso planeta.
A cada ano, a energia do Sol faz com
que um volume de aproximadamente 500.000 Km3 de água se evapore,
especialmente dos oceanos, embora também de águas e rios. Essa água retorna
para os continentes e ilhas, ou para os oceanos, sob a forma de precipitações:
chuva ou neve. Os continentes e ilhas têm um saldo positivo nesse processo.
Estima-se que eles “retirem” dos oceanos perto de 40.000 Km3 por
ano. É esse saldo que alimenta as nascentes dos rios, recarrega os depósitos
subterrâneos, e depois retorna aos oceanos pelo deságüe dos rios.
No entanto, o ritmo acelerado de
desmatamentos das últimas décadas, e o crescimento urbano e industrial, que
necessita sempre de mais água, vem alterando esse ciclo hidrológico. Estudos da
ONU mostraram que o desmatamento e o pastoreio excessivo diminuem a capacidade
do solo em atuar como uma grande esponja, absorvendo águas das chuvas e
liberando seus conteúdos lentamente. Na ausência de coberturas vegetais, e com
solos compactados, a tendência das chuvas é escorrer pela superfície e escoar rapidamente pelos cursos de água, o
que traz como conseqüência as inundações, aceleração no processo de erosão e
diminuição das estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do
período de cheias, comprometendo assim a agricultura e a pesca. Não faltam
sinal de escassez de água doce. O nível dos lençóis freáticos baixa
constantemente, muitos lagos encolhem e pântanos secam. Na agricultura, na
indústria e na vida doméstica, as necessidades de água não param de aumentar,
paralelamente ao crescimento demográfico
e ao aumento nos padrões de vida, que multiplicam o uso da água. Nos anos 50,
por exemplo, a demanda de água por pessoa era de 400 m3 por ano, em média no
planeta, ao passo que hoje essa demanda já é de 800 m3 por
indivíduo. Em países cada vez mais populosos, ou com carência em recursos
hídricos, já se atingiu o limite de utilização de água. Constatou-se que
atualmente 26 países, a maioria situada no continente africano, totalizando 235
milhões de pessoas, sofrem de escassez de água. As outras regiões do mundo
também não são poupadas. Sintomas de crises já se manifestam em países que
dispõem de boas reservas. Nos locais onde o nível de bombeamento (extração) das
águas subterrâneas é mais intenso que sua renovação natural, se constata um
rebaixamento do nível de lençóis freáticos, que, por esse motivo, exigem
maiores investimentos para serem explorados e ao mesmo tempo vão se tornando mais
salinos.
A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A poluição atmosférica
caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos e partículas sólidas
no ar. As principais causas desse fenômeno são a eliminação de resíduos por
certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de cimento, etc.) e a
queima de carvão e petróleo em usinas, automóveis e sistemas de aquecimento
doméstico.
O ar poluído penetra nos pulmões,
ocasionando o aparecimento de várias doenças, em especial do aparelho
respiratório, como a bronquite crônica, a asma e até o câncer pulmonar. Esses
efeitos são reforçados ainda pelo consumo de cigarros.
Nos grandes centros urbanos,
tornam-se freqüentes os dias em que a poluição do ar atinge níveis críticos,
seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões térmicas, que são períodos
nos quais cessam as correntes ascendentes do ar, importantes para a limpeza dos
poluentes acumulados nas camadas próximas à superfície.
A maioria dos países capitalistas
desenvolvidos já possui uma rigorosa legislação antipoluição, que obriga certas
fábricas a terem equipamentos especiais
(filtros, tratamento de resíduos, etc.) ou a usarem processos menos poluidores.
Nesses países também é intenso o controle sobre o aquecimento doméstico a
carvão, o escapamento dos automóveis, etc. Tais procedimentos alcançam
resultados consideráveis, embora não eliminem completamente o problema da
poluição do ar. Por exemplo, pesquisas realizadas há alguns anos mostraram que
chapas de ferro se corroem muito mais rapidamente em São Paulo do que em
Chicago, apesar de esta metrópole norte-americana possuir maior quantidade de
indústrias e automóveis em circulação.
Calcula-se que a poluição do ar
tenha provocado um crescimento de teor de gás carbônico na atmosfera, que teria
sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930. Hoje em dia esse aumento é de
aproximadamente 0,3% ao ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso,
pois a queima das florestas produz grande quantidade de gás carbônico. Como o
gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado “efeito estufa”
, um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um aquecimento
da superfície terrestre. Efeito estufa: ação que certos gases exercem sobre a
radiações do calor da terra, interceptando-as e transmitindo-as de volta a
superfície.
Baseados nesse fato, alguns
cientistas estabeleceram a seguinte hipótese: com a elevação da temperatura
média na superfície terrestre, que no início do século XXI será 2ºC mais alta
do que hoje, o gelo existente nas zonas polares (calotas polares) irá se
derreter. Consequentemente, o nível do mar subirá cerca de 60 m, inundando a
maioria das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores pensam
inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de
80. Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quente e
algumas medições constataram um aumento pequeno, de centímetros, do nível médio
do mar em algumas áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda admitido por
grande parte dos estudiosos do assunto.
Outra importante conseqüência da
poluição atmosférica é o surgimento e a expansão de um buraco na camada de
ozônio, que se localiza na atmosfera - camada atmosférica situada entre 20 e 80
Km de altitude.
O ozônio é um gás que filtra os
raios ultravioleta do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre com
mais intensidade provocariam queimaduras na pele, que poderiam até causar
câncer, e destruiriam as folhas das árvores. O gás CFC - clorofluorcarbono -,
contido em sprays de desodorantes ou inseticidas, parece ser o grande
responsável pela destruição da camada de ozônio. Por sorte, esses danos foram
causados na parte da atmosfera situada acima da Antártida. Nos últimos anos
esse buraco na camada de ozônio tem se expandido constantemente.
A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
A
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
Desde os tempos mais remotos o homem
costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a Revolução Industrial,
porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos
têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a industrialização,
a situação começou a sofrer profundas alterações. O volume de detritos
despejados nas águas tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de
purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser
despejada na água uma grande quantidade
de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, não são decompostos pela
natureza. Tais elementos - por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes
e os pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a
capacidade de retenção de oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando
a vida aquática.
A água empregada para resfriar os
equipamentos nas usinas termelétricas e atomelétricas e em alguns tipos de
indústrias também causa sérios problemas de poluição. Essa água, que é lançada
nos rios ainda quente, faz aumentar a temperatura da água do rio e acaba
provocando a eliminação de algumas espécies de peixes, a proliferação excessiva
de outras e, em alguns casos, a destruição de todas.
Um dos maiores poluentes dos oceanos
é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros, esse tipo de
poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos vazamentos causados por
acidente, em que milhares de toneladas de óleo são despejados na água, os
navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por ocasião de lavagem de seus
reservatórios. Esses resíduos de
petróleo lançados ao mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5%
da carga total.
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O QUE É POLUIÇÃO?
1- O que é poluição
Dá-se o nome de poluição a qualquer
degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais, do habitat de uma
coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em
decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que
provocam a poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera,
detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que
degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de
poluentes e os tipos de poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais
dois exemplos.
Um deles são os agrotóxicos (DDT,
inseticidas, pesticidas), muito utilizados para combater certos microorganismos
e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o acúmulo desses produtos
acaba por contaminar os alimentos com substâncias nocivas à saúde humana, às
vezes até cancerígenas. Outro exemplo é o das chuvas ácidas, isto é,
precipitações de água atmosférica carregada de ácido sulfúrico e de ácido
nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos automóveis, os
metais de pontes e outras construções, além de afetarem as plantas e
ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas pessoas, são formados pela
emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas
indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam
reações químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas
vão ocorrer em locais distantes da região poluidora, inclusive em países
vizinhos, devido aos ventos que carregam esses gases de uma área para outra.
O problema da poluição, portanto, diz respeito à
qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente do
homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais
são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.
2- A revolução industrial e a poluição.
Foi a partir da revolução industrial
que a poluição passou a constituir um problema para a humanidade. É lógico que
já existiam exemplos de poluição anteriormente, em alguns casos até famosos (no
Império Romano, por exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a
industrialização e urbanização, e a sua escala deixou de ser local para se
tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável
pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução
Industrial representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema
sócio-econômico dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na
indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta urbanização, com
grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração urbana
já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas
ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os
congestionamentos de tráfego etc.
Mas o importante realmente é que o
capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e acumulação
constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto
é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande escala - para a troca,
para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é produzido, passa
a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo. Sociedades, indivíduos,
natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil economicamente,
tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não
é o que é bom ou justo e sim o que trará maiores lucros a curto prazo. Assim
derrubam-se matas sem se importar com as conseqüências a longo prazo; acaba-se
com as sociedades preconceituosamente rotuladas de “primitivas”, porque elas
são vistas como empecilhos para essa forma de “progresso”, entendido como
acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.
A partir da Revolução Industrial,
com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de
existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido
pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e
passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza
modificada ou produzida pelo homem - como meio urbano, por exemplo, com seus
rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente
devastada, assim como a fauna original da área, etc. - , que é muito diferente
da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.
Contudo, esse domínio da tecnologia
moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da
vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza,
depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas
transformações, que degradam sua qualidade de vida.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
BIOGRAFIA DE ROBERTO FREIRE
ROBERTO FREIRE
Neste final de século,
a ciência, a tecnologia e o consumo, levaram o homem moderno a uma situação
paradoxal: temos condições como nunca de termos uma melhor qualidade de vida,
mas parece que perdemos a capacidade de simplesmente curtir a vida. A
satisfação pessoal tornou-se acessório no ritmo massacrante do cotidiano, cheio
de stress, violência e injustiças. É
neste quadro que a obra e a vida de Roberto Freire são um referencial
fundamental para se discutir os caminhos do futuro.
Para a juventude,
Roberto Freire virou ícone ao publicar o livro Sem Tesão Não Há Solução. Freire
traduziu a transformação semântica que os jovens deram a palavra tesão,
passando a ter uma conotação mais ampla que somente a sexual, exprimindo tudo o
que representa beleza, alegria e prazer. A busca do tesão no cotidiano e a
vivência de todos os vexames necessárias à liberdade passaram a ser bandeiras
defendidas em seus livros, peças, ensaios e muitas outras atividades
desenvolvidas durante sua inquietante e apaixonada atuação na cultura nacional.
Roberto Freire vem
marcando sua presença na vida intelectual brasileira pela intensa multiplicidade
de sua obra. Escritor, dramaturgo, 72
anos, o escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta médico,
ex-psicanalista, trabalhou também em teatro, televisão e cinema. Sua longa e
rica trajetória sempre se caracterizou pelo esforço em sintonizar a ideologia
do prazer (o tesão) com seu trabalho científico e artístico.
Abandonou a psicanálise
no início dos anos 60 para se dedicar ao teatro e ao jornalismo. Dez anos
depois, Freire volta a atividade terapêutica com o objetivo de descobrir um
método libertário que pudesse servir pessoas com problemas de ordem emocional
de qualquer nível econômico e social.
Criou a SOMA, uma
terapia anarquista, que se baseia nas idéias revolucionárias de Wilhelm Reich e
as técnicas do Jogo de Capoeira Angola, em um processo de desbloqueio da
criatividade.
Através de seus romances (Cléo e Daniel -
1965, Coiote - 1988 e Os Cúmplices - 1996, lançado em dois volumes), conquistou
legiões de leitores, em especial o público jovem. No campo da psicologia e
política, escreveu vários livros de ensaio, como Ame e Dê Vexame, Utopia e
Paixão e Tesudos de Todo Mundo, Uni-vos!, entre outros.
Como escritor e terapeuta, Roberto Freire vem realizando inúmeras conferências por todo país,
sempre com a presença de um grande números de jovens interessados em debater o
conteúdo libertário de sua obra.
Vencedor do Prêmio Esso
de Jornalismo em reportagem para a revista Realidade, Roberto Freire
recentemente voltou a produção jornalística como um dos editores da revista
Caros Amigos, lançada no início de 1997, distribuída nos principais estados
brasileiros e em Portugal. Caros Amigos retomou o jornalismo paixão que marcou
a década de 70.
Dentro da programação
televisiva, Freire foi redator de sucessos de audiência como Malu Mulher, A
Grande Família e Obrigado, Doutor.
Como cineasta,
escreveu, co-produziu e dirigiu o longa Cléo e Daniel, com Irene Stefâni, Chico
Aragão, Sônia Braga, John Herbert e Zezé Mota.
Durante o período da
ditadura, Roberto Freire teve forte participação política e cultural, sobretudo
através do teatro, com a peça O&A e Morte e Vida Severina, vencedora do
Festival Internacional de Nancy, na França. De 1963 a 1979, foi preso e
torturado 13 vezes, o que resultou na perda da visão do olho direito.
Com 72 anos, o
escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta e, acima de tudo, militante do
tesão, continua na ativa: dois novos livros, Liv e Tatziu - uma história de
amor incestuoso e O Tesão e o Sonho; grupos de terapia em São Paulo; palestras
em todo o Brasil, e atuando na contínua pesquisa e desenvolvimento da SOMA,
participando do Coletivo Anarquista Brancaleone.
Cartas para Roberto Freire
ou quem deseje se cadastrar na mala direta do Brancaleone e
receber o Jornal da SOMA, TESÃO - Prazer e Anarquia:
CAIXA POSTAL 70513 - SÃO PAULO - CEP 05013-990 - BRASIL
Texto autorizado para divulgação na Biblioteca Virtual por João da
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