terça-feira, 25 de março de 2014

O QUE É LEISHMANIOSE-

Leishmaniose
A leishmaniose é uma doença infecto contagiosa própria de certos países quentes como África, América Central e do Sul, Ásia Central, Índia, China e também do sul da Europa, mais concretamente dos países de clima mediterrânico.
Os casos de leishmaniose em Portugal são ainda em número relativamente reduzido - a incidência da doença no nosso país verifica-se especialmente no Sul, península de Setúbal e vale do Tejo, embora estes casos não devam ser sejam negligenciados devido à fácil disseminação da doença.
Descrição sumária
A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por um microorganismo (protozoário - leishmania), que é transmitida ao cão, a animais silvestres como roedores e também ao homem por um mosquito, o flebótomo, ao qual no Brasil - país detentor de um elevado número de casos - se deram vários nomes: “palha”, “asa dura”, cangalhinha”, etc. Este insecto é pequeno (2 a 3 mm) e tem uma coloração clara (cor de palha).
A doença pode desenvolver-se de duas formas distintas:
Tegumentar ou cutânea – que se caracteriza por feridas na pele, que não cicatrizam;
Visceral ou Calazar – que atinge determinados órgãos internos (baço, fígado e a medula óssea).
Sintomas da doença no cão
Queda de pêlo
Emagrecimento
Vómitos
Fraqueza geral
Apatia
Febre irregular
Feridas persistentes, que não cicatrizam (leishmaniose cutânea)
Dilatação do fígado ou do baço (leishmaniose visceral)
Aumento exagerado das unhas.
O grande problema desta doença é ser assintomática, isto é, os sinais surgirem quando a leishmaniose já atingiu um elevado grau de desenvolvimento. O cão pode ter um aspecto perfeitamente saudável e, no entanto, já estar infectado.  
Por isso, estes sintomas surgem já numa fase terminal desta doença de progressão lenta.
Diagnóstico
O diagnóstico da leishmaniose é feito através de um exame clínico específico (despiste da doença), que se justifica apenas quando se verificam casos na zona. Normalmente este despiste é feito uma vez por ano, no fim do verão.
Prevenção
Atualmente ainda não existe nenhum processo eficaz de prevenção da doença, embora tenham sido feitas tentativas no sentido de se criarem vacinas para o efeito.
No entanto, a utilização de certos artifícios como coleiras e outros produtos antiparasitantes, minimizam a propagação, embora não a evitem a 100%. Normalmente estes artigos combatem simultâneamente as pulgas e as carraças, mas não deixe de consultar o veterinário sobre o produto mais indicado para este efeito.
Se vive numa zona de risco ou numa região onde existam charcos ou quaisquer outros meios propícios ao desenvolvimento de mosquitos, connvém estar-se sempre muito atento ao estado de saúde do cão. Ao mínimo sintoma deve consultar-se o veterinário.
Embora se trate de uma espécie particular de insecto, há outra doença – a dirofilariose – que também é provocada por um mosquito, neste caso, a vulgar melga, se evidentemente estiver infectada.
A forma mais eficiente de irradicação da doença seria eliminar o mosquito agente transmissor da leishmaniose. No entanto, isso não é fácil e obrigaria a um esforço conjugado com as autoridades através de uma desinfecção do território através das pulverizações tradicionais com insecticidas.
Dado que esta espécie de mosquito prefere o fim da tarde e o princípio da manhã para sugar as suas vítimas, deve evitar-se passear o cão nestas alturas e especialmente junto de zonas húmidas e locais com águas paradas, que são os locais onde eles vivem e se reproduzem.
Cura
No homem, quando a doença é diagnosticada a tempo, o tratamento e cura é possível. Aliás ela ocorre no homem especialmente em crianças, pessoas idosas, debilitadas ou indivíduoa imunossuprimidos.
No cão a doença é incurável, mas pode ser tratada se o estado geral de saúde do cão for aceitável e principalmente se a doença não tiver atingido um elevado grau de desenvolvimento. O cão, quando tratado a tempo, conserva uma boa qualidade de vida. O tratamento elimina os sintomas mas o animal continua portador. No entanto, depois de tratado, deixa de ser transmissor.
Não há luar como o de Janeiro nem whippet como o primeiro

Houve um enorme extermínio de cães positivos, tido como única solução para a disseminação da doença, dado o cão efectivamente constituir um hospedeiro por excelência. No entanto, outros vertebrados como roedores podem igualmente servir como intermediários.
Ciclo da leishmaniose
A doença transmite-se através da picada de uma espécie de mosquito – o flebótomo. O mosquito, ao picar um ser infectado para se alimentar – que tanto pode ser o cão como um animal silvestre ou o próprio homem – absorve o parasita (agente causador da leishmaniose) que se desenvolverá atacando algumas células sanguíneas tornando-se infectante após cerca de sete dias. Ao fim deste tempo, quando o mosquito for picar outro vertebrado para se alimentar, vai deixar nele o parasita na sua corrente sanguínea, onde se reproduzirá e provocará a doença. E termina aqui o ciclo. O mosquito não passa de um hospedeiro intermediário que, ao picar este vertebrado doente servirá de veículo do parasita a outro ser (sadio) que vier a picar e assim sucessivamente.
Sem o mosquito não haverá o ciclo. Por isso, o contacto de um cão contaminado com um sadio ou o simples contacto do cão com o homem não constituem qualquer perigo de contágio da doença como frequentemente se pensa. O contágio cão-cão só poderia ocorrer se se usasse a mesma agulha de vacinação num infectado e noutro não infectado, por exemplo.  
O período de incubação, isto é, desde a picada do mosquito até ao aparecimento dos primeiros sintomas da doença é muito variável e isso também dificulta o diagnóstico - de 10 a 25 dias, podendo chegar a um ano ou mais.
Pontos a considerar
Um cão só infecta novos mosquitos (e estes por sua vez infectarão novos cães) se estiver na fase activa e visivel da doença, ou seja, na fase terminal, com chagas na pele, as quais estão infectadas com leishmanias.
O cão tratado com medicamentos é portador mas NÃO é infectante para os mosquitos! Pode ter uma vida normal sem qualquer sintoma e sem infectar novos mosquitos.
A doença em humanos é controlável e muito menos perigosa do que nos cães. As pessoas que desenvolvem as formas mais severas de leishmaniose visceral são nomalmente crianças ou pessoas imunodeprimidas, mas mesmo nessas existe cura.
Os cães estão menos protegidos contra a leishmania, daí que os sintomas sejam muito graves acabando sempre por sucumbir á doença mais tarde ou mais cedo.
Os grandes disseminadores da leishmania acabam por ser os animais selvagens, os roedores e muitos dos animais abandonados, pois estes não estão sujeitos a tratamento como os nossos cães e estão completamente á mercê dos mosquitos.
Até agora, a única forma de nos defendermos do mosquito é recolhendo os cães á noite e evitando passeá-los em áreas húmidas, muito arborizadas e junto de águas paradas ao entardecer. Usar coleiras repelentes de mosquitos e pulverizar a área dos canis. Aplicar redes mosquiteiras nas janelas.
Se após um tratamento adequado se verificar que os sintomas persistem e o animal está condenado a um enorme sofrimento e a uma morte lenta, será preferível eutanaziá-lo. Isto poupa o animal do sofrimento e contribui para salvar outras vidas.
O despiste da leishmaniose em cães aparentemente saudáveis é o ideal, pois podem começar com o tratamento mais cedo e a sua esperança de vida aumenta considerávelmente.

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