domingo, 15 de dezembro de 2013

MINHAS CRIAÇÕES PARA ESTE NATAL E ANO NOVO

 Se você amigo leitor e internauta é daqueles que gostam de ilusionismo abstrato, pode fazer uso a vontade destas minhas criações que criei especialmente para quem visita este blog. CRIEM BELOS CARTÕES DE NATAL E ANO NOVO, FAÇAM QUADROS E DECOREM A SUA SALA. Ficam lindos. voce pode até ganhar dinheiro com eles. EXPERIMENTEM! DEIXEM DEPOIS O SEU COMENTÁRIO NESTE BLOG.







































sexta-feira, 29 de novembro de 2013

BIOGRAFIA DE VINCENT VAN GOGH


Vincent William van Gogh nasceu em Groot-Zundert, uma cidadezinha em Brabante, no dia 30 de março de 1853. O pai era pastor protestante e van Gogh herdou dele o forte sentimento religioso pela vida e pela natureza que caracterizou o seu trabalho. Ele e o irmão mais novo, Théo, eram muito amigos e este não só incentivou o seu desejo de ser pintor como, na verdade, susentou-o financeiramente nos últimos anos de sua vida. O primeiro emprego de Vincent foi nas filiais de Paris, Bruxelas e Londres da Goupil e Cie, empresa que negociava objetos de arte fundada por seu tio. Mais tarde, tentou ensinar em Londres e, depois, trabalhou pregando nas minas e distritos agrícolas pobres de Brabante. Foi aí que van Gogh começou a expressar nos seus desenhos o que sentia pelas pessoas que o cercavam. Vivia tão pobre quanto elas, ao lado de uma prostituta que tomara a seus cuidados, mas a sua dedicação cristã foi mal compreendida e a sua igreja o censurou.


Vincent van Gogh não se enquadra em nenhuma escola de pintura, embora sua extraordinária percepção das cores possa ter se originado das teorias impressionistas. Foi depois de se juntar ao irmão Théo, em Paris, e conhecer os "Impressionistas" que van Gogh começou a abandonar os tons escuros que até então usara, preferindo as cores puras primárias e secundárias, e adotar as pinceladas irregulares que davam uma sensação de luminosidade e leveza aos quadros impressionistas. Começou também a pintar a ar livre, hábito que conservou até morrer. A técnica de pinceladas firmes e carregadas que criou para seu próprio uso, aplicadas sem hesitação, permitiu-lhe pintar rapidamente e produzir um vasto número de obras nos últimos dois anos e meio de sua vida.

Mais tarde, um amor não correspondido levou-o a tentar o suicídio. Em 1880, van Gogh resolvera estudar arte em Bruxelas e Haia, acabou por juntar-se ao irmão Théo, que trabalhava para o Goupil e Cie em Paris. Ali, van Gogh conheceu Degas, Pissarro, Signac, Seurat, Toulouse-Lautrec, Monet e Renoir, e descobriu a sua verdadeira vocação.

Depois de dois anos em Paris, durante os quais pintou mais de duzentos quadros com a ajuda financeira do irmão, van Gogh foi para Arles, no sul da França. Alugou um estúdio num local batizado de Casa Amarela e ali esperou que o amigo Gauguin viesse lhe fazer companhia. Gauguin relutava mas, como Théo era o seu marchand, sentiu-se obrigado a passar algum tempo com Vincent. Os dois homens estabeleceram-se em Arles, mas a tenção entre eles era muito grande, principalmente devido



ao temperamento exaltado de van Gogh, e Gauguin anunciou que ia voltar para Paris. Uma noite, percebeu que estava sendo seguido pelos
jardins públicos de Arles por van Gogh que o ameaçava com uma lâmina de barbear ou faca. Gauguin dormiu aquela noite no hotel e, no dia seguinte, voltando a Casa Amarela, soube que tinham levado van Gogh para o hospital. Vincent cortara parte da orelha e a dera de presente a uma prostituta do bar que os dois costumavam freqüentar.

Depois disso, van Gogh retirou-se voluntariamente para um asilo para doentes mentais em St-Rémy-de-Provence, onde esperava recuperar a confiança em si mesmo e a estabilidade mental. Enquanto esteva internado, pintou sem parar e escrevia ao irmão e a Gauguin garantindo-lhes que já estava curado. Outros se seguiram; van Gogh percebeu que era vítima de uma doença incurável.


Em 1890 deixou St-Rémy e o clima ameno do sul e, seguindo o conselho de Pissarro, foi para Auvers-sur-Oise, onde um certo Dr. Gachet cuidou dele. Ali continuou pintando mas, depois de uma visita a Paris, onde soube das dificuldades financeiras do irmão e da doença do sobrinho, van Gogh teve uma recaída. Um dia, enquanto pintava ao ar livre em Auvers, deu um tiro no peito. O ferimento não parecia ser muito grave. Dr.Gachet fez o curativo e chamou Théo em Paris. Dois dias depois, em 29 de julho de 1890, Vincent van Gogh morria. Foi enterrado no cemitério de Auvers.

BIOGRAFIA DE CLARICE LISPECTOR



                        
      Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, na aldeia Tchetchenilk, no ano de 1925. Os Lispector emigraram da Rússia para o Brasil no ano seguinte, e Clarice nunca mais voltou á pequena aldeia. Fixaram-se em Recife, onde a escritora passou a infância. Clarice tinha 12 anos e já era órfã de mãe quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Entre muitas leituras, ingressou no curso de Direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Casou-se com um colega de faculdade em 1943. No ano seguinte publicava sua primeira obra: “Perto do coração selvagem”. A moça de 19 anos assistiu à perplexidade nos leitores e na crítica: quem era aquela jovem que escrevia "tão diferente"? Seguindo o marido, diplomata de carreira, viveu fora do Brasil por quinze anos. Dedicava-se exclusivamente a escrever. Separada do marido e de volta ao Brasil, passou a morar no Rio de Janeiro. Em 1976 foi convidada para representar o Brasil no Congresso Mundial de Bruxaria, na Colômbia. Claro que aceitou: afinal, sempre fora mística, supersticiosa, curiosa a respeito do sobrenatural. Em novembro de 1977 soube que sofria de câncer generalizado. No mês seguinte, na véspera de seu aniversário, morria em plena atividade literária e gozando do prestígio de ser uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.
 Obra:
 O objetivo de Clarice, em suas obras, é o de atingir as regiões mais profundas da mente das personagens para aí sondar complexos mecanismos psicológicos. É essa procura que determina as características especificas de seu estilo.
O enredo tem importância secundária. As ações - quando ocorrem - destinam-se a ilustrar características psicológicas das personagens. São comuns em Clarice histórias sem começo, meio ou fim. Por isso, ela se dizia, mais que uma escritora, uma "sentidora", porque registrava em palavras aquilo que sentia. Mais que histórias, seus livros apresentam impressões. Predomina em suas obras o tempo psicológico, visto que o narrador segue o fluxo do pensamento e o monólogo interior das personagens. Logo, o enredo pode fragmentar-se. O espaço exterior também tem importância secundária, uma vez que a narrativa concentra-se no espaço mental das personagens. Características físicas das personagens ficam em segundo plano. Muitas personagens não apresentam sequer nome. As personagens criadas por Clarice Lispector descobrem-se num mundo absurdo; esta descoberta dá-se normalmente diante de um fato inusitado - pelo menos inusitado para a personagem. Aí ocorre a “epifania”, classificado como o momento em que a personagem sente uma luz iluminadora de sua consciência e que a fará despertar para a vida e situações a ela pertencentes que em outra instância não fariam a menor diferença. Esse fato provoca um desequilíbrio interior que mudará a vida da personagem para sempre.
Para Clarice, "Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados". "Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas". "Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo."

 Romances:
 Perto do Coração Selvagem, RJ, A Noite, 1944.
Lustre, RJ, Agir, 1946.
A Cidade Sitiada, A Noite, 1949.
A Maçã no Escuro, RJ, Francisco Alves, 1961.
A Paixão Segundo G.H., RJ, Francisco Alves, 1964.
Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, RJ, Sabiá, 1969.
A Hora da Estrela, RJ, José Olympio, 1977.

 Contos e crônicas:
 Laços de Família, RJ, Francisco Alves, 1960.
A Legião Estrangeira, RJ, Ed. do Autor, 1964.
Felicidade Clandestina, RJ, Sabiá, 1971.
A Imitação da Rosa, RJ, Artenova, 1973.
A Via-Crucis do Corpo, RJ, Artenova, 1974.
A Bela e a Fera, RJ, Nova Fronteira, 1979.

Literatura infantil:

Mistério do Coelho Pensante, RJ, J. Álvaro, 1967.
A Vida Íntima de Laura, RJ, Sabiá, 1974.
A Mulher que Matou os Peixes, RJ, Sabiá, 1969.
Quase de Verdade, RJ, Rocco, 1978.

"Meus livros felizmente para mim não são superlotados de fatos,
e sim da repercussão dos fatos nos indivíduos.
Eu me refugiei em escrever. Acho que consegui devido a uma vocação bastante forte e uma falta de medo ao ser considerada
diferente no ambiente em que vivia."

“Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas."

OBRA INFANTIL DE CLARICE LISPECTOR

A literatura de Clarice Lispector para crianças, com sensibilidade quase maternal, cria um clima de aconchego e conforto, como se a cada vez que as páginas do livro fossem abertas, as crianças leitoras se sentissem como que entrando na sala de visitas da casa da autora e fossem ouvir uma história bem criativa com todo aquele ar de intimidade. Como se a história fosse contada por alguém bem próximo e bem querida: a mãe, a tia, a avó, o pai, etc. Alguém em quem a criança confiasse “sentar” ao lado para ouvir uma historinha e deixando-se levar pela narração. Isto está bem evidente na hora em que a narradora, em “A mulher que matou os peixes” diz:
 “Sabem de uma coisa? Resolvi agora mesmo convidar meninos e meninas para me visitarem em casa. Vou ficar tão feliz que darei a cada criança uma fatia de bolo , uma bebida bem gostosa, e um beijo na testa.”

O clima de intimidade, próprio para ganhar confiança vem do modo como ela “dialoga” com  criança através da obra. Como no mesmo livro “A Mulher que Matou os Peixes”, logo no início antes de contar a história vem a frase:

“Antes de começar, quero que vocês saibam que meu nome é Clarice. E vocês, como se chamam? Digam baixinho o nome de vocês e meu coração vai ouvir.”
 E esse recurso estilístico se repete várias vezes. As digressões ou os supostos diálogos da narradora com o leitor predominam em relação às ações da própria narrativa. Clarice Lispector parecia estar ciente de como penetrar no Universo Infantil de modo seguro e que não fizesse em momento algum com que o pequeno leitor se sentisse ‘sozinho’ ao ler a história – na verdade, a impressão de que a narradora é uma companhia está muito presente, tal a intimidade oferecida pelo texto. Como em uma das passagens de “O Mistério do Coelho Pensante”, a confiança a ser conquistada é uma prioridade. E pode-se estabelecer uma analogia:

“Coelho é como passarinho: se assusta com carinho forte demais, fica sem saber se é por amor ou por raiva. A gente tem que ir devagar para ele ir se acostumando, até que ele ganha confiança.”
(MCP)
 Da mesma forma a narradora começa a narrativa aos pouquinhos, sempre fazendo intervenções ao longo dela até que o leitor se veja completamente  envolvido, e, isso também é muito característico de sua obra direcionada à camada adulta. Numa linguagem simples e recheada por onomatopéias, metáforas, aliterações e outros recursos de linguagem, suas fábulas encontram meios de profunda identificação com a criança. Em “O Mistério do Coelho Pensante”, Joãozinho, é um coelho que pensa e tem idéias brilhantes e que ninguém sabe de onde vêm, e, por isso permanecem os “mistérios” do começo ao fim do livro. Laura, de “A Vida Íntima de Laura”, também pensa. Apesar de “burrinha”, tem “pensamentozinhos e sentimentozinhos”, e até cacareja assim: “Não me matem! Não me matem!” Ulisses de “Quase de Verdade” é o cachorro que “poupa” o trabalho de Clarice ao contar a história, ou melhor, de ser o narrador. É sabido, bonito e com seu “au- au-au” expressa tudo o que está sentindo, achando ou pensando. Só em “A mulher que matou os peixes” que não existem animais falantes e é também, juntamente ao “Quase de Verdade”, o único livro infantil de Clarice Lispector – entre os outros quatro livros citados – narrados em primeira pessoa o tempo todo. Têm um narrador protagonista que conta os fatos através das memórias de suas experiências. E parece também, que em “A Mulher que Matou os Peixes”, que ela alcança maior empatia com os leitores –mirins. Nesta obra, a narradora se “expõe totalmente” em busca da justificação do crime que traria sua absolvição por ter matado os peixes. Mas, em geral, as narrativas apresentam uma linguagem muito próxima à da criança, seja com suas repetições de idéias ou termos quando deseja frisar algum tópico importante e nem sempre encontra recurso adequado para isso. Essas repetidas vezes são responsáveis pela facilidade com que as passagens são entendidas e interpretadas pelas crianças.
São narrativas simples e que mesmo tendo alguma ação se concentram – a exemplo de suas narrativas para adultos – muito mais nos “aspectos psicológicos” das personagens fantásticas. Nessa mistura de fantasia e realidade, o íntimo de cada personagem é sondado por uma análise meticulosa ou o uso de uma linguagem tão próxima à criança que torna essa “análise” feita por ela própria. As ações parecem ser meros pretextos para o desenvolvimento de uma minuciosa – obviamente muito mais ‘descomplicada’ – análise de um perfil psicológico dentro da história, sem deixar, mais uma vez, de comparar essa problemática de sua obra infantil com sua obra para adultos.
Essas fábulas, assim como as todas as demais, uma vez ou outra podem ter um cunho moralizante: como em Laura, a galinha, que apesar de ser muito feia e burra tem um grande coração, aliás clichê aludindo ao fato da beleza interior ser mais importante do que a exterior:

“A verdade é que Laura tem o pescoço mais feio que já vi no  mundo.  Mas você não se importa, não é? Porque o que vale mesmo é ser bonito por dentro.”
(VIL)

Em “Quase de Verdade”, também a nuvem Oxélia deixa ao final da história de ser ruim ao chover. Sua cor preta de nuvem carregada de chuva torna-se branca como nuvenzinha de verão. Assim também como o cachorro Bruno mata o cachorro Max, em “A Mulher que Matou os Peixes”, num acesso de ciúmes pelo dono. Acaba sendo morto pelos outros cachorros da vizinhança em ‘vingança’ algum tempo depois. Todas essas histórias são baseadas em fábulas originais, mas com um toque todo pessoal de Clarice Lispector.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

MEIO AMBIENTE E POLITICA

POLÍTICA E MEIO AMBIENTE


            A crise ambiental vem suscitando mudanças na política. Não apenas as preocupações ecológicas cresceram enormemente nos debates e nos programas de políticos e de partidos, como também novas propostas surgiram. Até mais ou menos a década de 60 era o raro partido político, em qualquer parte do mundo, que tivesse alguma preocupação com a natureza. Hoje esse tema ganha um certo destaque nos programas, nas promessas eleitorais, nos discursos e algumas vezes até na ação dos diversos partidos, em muitas partes do mundo. Multiplicaram-se os ecologistas, as organizações e os movimentos ecológicos, assim como os partidos denominados verdes que defendem uma política voltada basicamente para uma nova relação entre a sociedade e a natureza.
            Como infelizmente é comum em nossa época mercantilizada, também no movimento “verde” há muito oportunismo: às vezes a defesa do meio ambiente resulta em promoção pessoal e mesmo em altos ganhos. Ë o caso das empresas que visam apenas ao lucro com a venda de produtos ditos naturais. Podemos lembrar ainda os constantes shows musicais cuja renda se destinaria aos indígenas ou aos seringueiros da Amazônia - que em geral até hoje nunca viram um centavo desses milhões de dólares. Apesar de tudo isso, não se pode ignorar a renovação que a problemática ambiental ocasionou nas idéias políticas.
            Até alguns anos atrás falava-se em progresso ou desenvolvimento e aparentemente todo mundo entendia e concordava. O que provocava maiores polêmicas eram os meios para chegar a isso: para alguns o caminho era o capitalismo, para outros o socialismo; certas pessoas diziam que um governo democrático era melhor para se alcançar o progresso, outras afirmavam que só um regime forte e autoritário poderia colocar ordem na sociedade e promover o desenvolvimento. Mas o objetivo era basicamente o mesmo: o crescimento acelerado da economia, a construção de um número cada vez maior de estradas, hospitais, edifícios, aeroportos e escolas, a fabricação de mais e mais automóveis, a extensão sem fim dos campos de cultivo. A natureza não estava em questão. O único problema de fato era a quem esse desenvolvimento beneficiária: à maioria ou a minoria da população.
            Usando uma imagem, podemos dizer que o progresso era um trem no qual toda a humanidade viajava, embora alguns estivessem na frente e outros atrás, alguns comodamente sentados e outros de pé. Para os chamados conservadores (isto é, a “direita”), isso era natural e inevitável: sempre existiriam os privilegiados  e os desfavorecidos. Para os denominados progressistas ( ou seja, a “esquerda”), essa situação era intolerável e tornava necessário fazer uma reformulação para igualar a todos. Mas todas as pessoas concordavam com a idéia de que o trem deveria continuar no seu caminho, no rumo do “progresso”; havia até discussões sobre a melhor forma de fazer esse trem andar mais rapidamente.
            A grande novidade da crise ambiental é que ela suscitou a seguinte pergunta: Para onde o trem está indo? E a resposta parece ser: Para um abismo, para um catástrofe. De fato, ao enaltecer o progresso durante séculos, imaginava-se que a natureza fosse infinita: poderíamos continuar usando petróleo, ferro, manganês, carvão, água, urânio, etc. à vontade, sem problemas. Sempre haveria um novo espaço a ser ocupado, um novo recurso a ser descoberto e explorado. A natureza, vista como um mero recurso para a economia, era identificada com o universo, tido como infinito.
            Mas hoje sabemos que a natureza que permite a existência da vida e fornece os bens que utilizamos - a natureza para os homens, afinal - ocorre somente no planeta Terra, na superfície terrestre. E ela não é infinita; ao contrário, possui limites que, apesar de amplos, já começam a ser atingidos pela ação humana. Não há espaço, atmosfera, água, ferro, petróleo, cobre, etc. para um progresso ilimitado ou infinito. É necessário portanto repensar o modo de vida, o consumo, a produção voltada unicamente para o lucro e sem nenhuma preocupação com o futuro da biosfera. Essa é a grande mensagem que o movimento ecológico trouxe para a vida política.
 Vai ficando claro que explosões atômicas russas ou norte-americanas, mesmo realizadas no subsolo ou em áreas desérticas desses países, acabam mais cedo ou  mais tarde nos contaminando pela propagação da radiação. Também a poluição dos mares e oceanos (e até dos rios, que afinal desembocam no mar), mesmo realizada na litoral de algum país, acaba se propagando, atingindo com o tempo outros países. As enormes queimadas de florestas na África ou na América do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam; elas fazem diminuir a massa vegetal sobre o planeta ( e as plantas, pela fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais importante, liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato que acaba por atingir a todos os seres humanos. Inúmeros outros exemplos poderiam ser mencionados. Todos eles levam à conclusão de que a questão do meio ambiente é mundial e é necessário criar formas de proteção da natureza que sejam planetárias, que não fiquem dependentes somente de interesses locais - e as vezes mesquinhos - dos governos nacionais.



CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA E CRISE AMBIENTAL



Desde a década de 70 a humanidade vem tomando consciência de que existe uma crise ambiental planetária. Não se trata apenas de poluição de áreas isoladas, mas de uma real ameaça à sobrevivência dos seres humanos, talvez até de toda a biosfera. O notável acúmulo de armamentos nucleares nas décadas de 50, 60 e 70 ocasionou um sério risco de extermínio, algo que nunca tinha sido possível anteriormente. A multiplicação de usinas nucleares levanta o problema do escape de radiatividade para o meio ambiente e coloca a questão do que fazer com o perigoso lixo atômico. O acúmulo de gás carbônico também na atmosfera representa um risco de catástrofe, pois ocasiona o crescimento do efeito estufa, que eleva as médias térmicas da maior parte dos climas do planeta.
            Muitos outros problemas ambientais podem ser lembrados. Um deles é a contaminação de alimentos por produtos químicos nocivos à saúde humana, como agrotóxicos, adubos químicos, hormônios e medicamentos aplicados comumente ao gado para que ele cresça mais rapidamente ou não contraia doenças. Podemos acrescentar ainda a crescente poluição dos oceanos e mares, o avanço da desertificação, o desmatamento acelerado das últimas grandes reservas florestais originais do planeta (Amazônia, bacia do rio Congo e Taiga), a extinção irreversível de milhares ou até milhões de espécies vegetais e animais, etc.
            Podemos falar numa consciência ecológica da humanidade em geral, embora com diferente ritmos - mais avançada no Norte e mais tardia nos países subdesenvolvidos - , que se iniciou por volta da década de 70 e cresce a cada ano. Trata-se da consciência de estarmos todos numa mesma “nave espacial”, o planeta Terra, o único que conhecemos que possibilitou a existência de uma biosfera. Trata-se ainda da consciência de que é imperativo para a própria sobrevivência da humanidade modificar o nosso relacionamento com a natureza. A natureza deixa aos poucos de ser vista como mero recurso inerte e passa a ser encarada como um conjunto vivo do qual fazemos parte e com o qual temos que procurar viver em harmonia.
           
            UM PROBLEMA MUNDIAL

            Um fato que ficou claro desde os anos 70 é que o problema ambiental, embora possa apresentar diferenças nacionais e regionais, é antes de mais nada planetário, global. A longo prazo, de nada adianta, por exemplo, transferir indústrias poluidoras de uma área (ou país) para outra, pois do ponto de vista da biosfera nada se altera. Não podemos esquecer que a atmosfera é uma só, que as águas se interligam (o ciclo hidrológico), que os ventos e os climas são planetários.
            Vamos imaginar que estamos numa enorme casa, com todas a janelas e portas fechadas, e há uma fogueira num quarto nobre envenenando o ar. Alguém propõe então transferir a fogueira para outro quarto, considerado menos nobre. Isso elimina o problema de ar contaminado? Claro que não. No máximo pode dar a impressão de que por algum tempo melhorou a situação dos que ocupam o quarto nobre. Todavia, depois de um certo período (horas ou dias), fica evidente que o ar da casa é um só e que a poluição num compartimento propaga-se para todo o conjunto. A biosfera, onde se inclui o ar que respiramos, as águas e todos os ecossistemas, é uma só apesar de muito maior que essa casa hipotética. O ar, embora exista em grande quantidade, na realidade é limitado e interligado em todas as áreas. Poderíamos abrir portas e janelas daquela casa, mas isso não é possível para a biosfera, para o ar ou as águas do nosso planeta.
            Outro aspecto do caráter mundial que a crise ambiental possui é que praticamente tudo o que ocorre nos demais países acaba nos afetando. Até algumas décadas atrás era comum a opinião de que ninguém tem nada a ver  com os outros, cada país pode fazer o que bem entender com o seu território e com as suas paisagens naturais. Hoje isso começa a mudar. Vai ficando claro que explosões atômicas russas ou norte-americanas, mesmo realizadas no subsolo ou em áreas desérticas desses países, acabam mais cedo ou  mais tarde nos contaminando pela propagação da radiação. Também a poluição dos mares e oceanos (e até dos rios, que afinal desembocam no mar), mesmo realizada na litoral de algum país, acaba se propagando, atingindo com o tempo outros países. As enormes queimadas de florestas na África ou na América do Sul não dizem respeito unicamente aos países que as praticam; elas fazem diminuir a massa vegetal sobre o planeta ( e as plantas, pela fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio do ar) e, o que é mais importante, liberam enormes quantidades de gás carbônico na atmosfera, fato que acaba por atingir a todos os seres humanos. Inúmeros outros exemplos poderiam ser mencionados. Todos eles levam à conclusão de que a questão do meio ambiente é mundial e é necessário criar formas de proteção da natureza que sejam planetárias, que não fiquem dependentes somente de interesses locais - e as vezes mesquinhos - dos governos nacionais.


PROBLEMAS AMBIENTAIS DAS GRANDES CIDADES


            De modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidade que nas  pequenas ou no meio rural. Além da poluição atmosférica, as metrópoles apresentam outros problemas graves:

Acúmulo de lixo e de esgotos. Boa parte dos detritos pode ser recuperada para a  produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios. Com freqüência esses rios “morrem” (isto é, ficam sem peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos.
 Congestionamentos freqüentes, especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos muitos moradores da periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho.
Poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva.
Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação, etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no ar. Além disso tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem esportes).
Poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem natural, etc.

            Na realidade, é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem, a segunda natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo natural, sempre acaba apresentando variações, modificações provocadas pela ação humana. O próprio clima das metrópoles - o chamado clima urbano - constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas; além disso, nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas chuvas. As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento das ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (que provoca o efeito estufa), o grande consumo de energia devido à queima de gasolina, óleo diesel querosene, carvão, etc., nas fábricas, residências e veículos são responsáveis pelo aumento de temperatura do ar. Já o aumento dos índices de pluviosidade se deve principalmente à grande quantidade de micropartículas (poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel de núcleos higroscópicos que facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que compacta o solo e aumenta sua impermeabilização.

            Todos esses fatores que provocam um aumento das médias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que barram ou dificultam a penetração dos ventos e à canalização das águas - fato que diminui o resfriamento provocado pela evaporação - conduzem à formação de uma ilha de calor nos grandes centros urbanos. De fato, uma grande cidade funciona  quase como uma “ilha” térmica em relação às suas vizinhanças, onde as temperaturas são normalmente menores. Essa  “ilha de calor” atinge o seu pico, o seu grau máximo, no centro da cidade.

            A grande concentração de poluentes na atmosfera provoca também uma diminuição da irradiação solar que chega até a superfície. Esse fato, juntamente com a fraca intensidade dos ventos em certos períodos, dá origem às inversões térmicas.

            O fenômeno da inversão térmica - comum, por exemplo, em São Paulo, sobretudo no inverno - consiste no seguinte: o ar situado próximo à superfície, que em condições normais é mais quente que o ar situado bem acima da superfície, torna-se mais frio que o das camadas atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais pesado que o ar quente, ele impede que o ar quente, localizado acima dele, desça. Assim, não se formam correntes de ar ascendentes na atmosfera. Os resíduos poluidores vão então se concentrando próximo da superfície, agravando os efeitos da poluição, tal como irritação nos olhos, nariz e garganta dos moradores desse local. As inversões térmicas são também provocadas pela penetração de uma frente fria, que sempre vem por baixo da frente quente. A frente pode ficar algum tempo estagnada no local, num equilíbrio momentâneo que pode durar horas ou até dias.

            ÁGUA: UMA ESCASSEZ ANUNCIADA

            O volume de água na Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros cúbicos (Km3), sendo a maior parte - 97,2% desse total - formada pela água salgada dos mares e oceanos. Algo como 1,8% da água total está estocada sob a forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares. Outra porção é a água subterrânea, que abrange cerca de 0,9% desse total, restando então a água atmosférica (0,001%) e os rios e lagos de água doce, que ficam com somente 0,0092% dessa água do nosso planeta.

            A cada ano, a energia do Sol faz com que um volume de aproximadamente 500.000 Km3 de água se evapore, especialmente dos oceanos, embora também de águas e rios. Essa água retorna para os continentes e ilhas, ou para os oceanos, sob a forma de precipitações: chuva ou neve. Os continentes e ilhas têm um saldo positivo nesse processo. Estima-se que eles “retirem” dos oceanos perto de 40.000 Km3 por ano. É esse saldo que alimenta as nascentes dos rios, recarrega os depósitos subterrâneos, e depois retorna aos oceanos pelo deságüe dos rios.


            No entanto, o ritmo acelerado de desmatamentos das últimas décadas, e o crescimento urbano e industrial, que necessita sempre de mais água, vem alterando esse ciclo hidrológico. Estudos da ONU mostraram que o desmatamento e o pastoreio excessivo diminuem a capacidade do solo em atuar como uma grande esponja, absorvendo águas das chuvas e liberando seus conteúdos lentamente. Na ausência de coberturas vegetais, e com solos compactados, a tendência das chuvas é escorrer pela superfície  e escoar rapidamente pelos cursos de água, o que traz como conseqüência as inundações, aceleração no processo de erosão e diminuição das estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do período de cheias, comprometendo assim a agricultura e a pesca. Não faltam sinal de escassez de água doce. O nível dos lençóis freáticos baixa constantemente, muitos lagos encolhem e pântanos secam. Na agricultura, na indústria e na vida doméstica, as necessidades de água não param de aumentar, paralelamente ao crescimento  demográfico e ao aumento nos padrões de vida, que multiplicam o uso da água. Nos anos 50, por exemplo, a demanda de água por pessoa era de  400 m3 por ano, em média no planeta, ao passo que hoje essa demanda já é de 800 m3 por indivíduo. Em países cada vez mais populosos, ou com carência em recursos hídricos, já se atingiu o limite de utilização de água. Constatou-se que atualmente 26 países, a maioria situada no continente africano, totalizando 235 milhões de pessoas, sofrem de escassez de água. As outras regiões do mundo também não são poupadas. Sintomas de crises já se manifestam em países que dispõem de boas reservas. Nos locais onde o nível de bombeamento (extração) das águas subterrâneas é mais intenso que sua renovação natural, se constata um rebaixamento do nível de lençóis freáticos, que, por esse motivo, exigem maiores investimentos para serem explorados e ao mesmo tempo vão se tornando mais salinos.

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

            A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos e partículas sólidas no ar. As principais causas desse fenômeno são a eliminação de resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de cimento, etc.) e a queima de carvão e petróleo em usinas, automóveis e sistemas de aquecimento doméstico.

            O ar poluído penetra nos pulmões, ocasionando o aparecimento de várias doenças, em especial do aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a asma e até o câncer pulmonar. Esses efeitos são reforçados ainda pelo consumo de cigarros.

            Nos grandes centros urbanos, tornam-se freqüentes os dias em que a poluição do ar atinge níveis críticos, seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões térmicas, que são períodos nos quais cessam as correntes ascendentes do ar, importantes para a limpeza dos poluentes acumulados nas camadas próximas à superfície.

            A maioria dos países capitalistas desenvolvidos já possui uma rigorosa legislação antipoluição, que obriga certas fábricas  a terem equipamentos especiais (filtros, tratamento de resíduos, etc.) ou a usarem processos menos poluidores. Nesses países também é intenso o controle sobre o aquecimento doméstico a carvão, o escapamento dos automóveis, etc. Tais procedimentos alcançam resultados consideráveis, embora não eliminem completamente o problema da poluição do ar. Por exemplo, pesquisas realizadas há alguns anos mostraram que chapas de ferro se corroem muito mais rapidamente em São Paulo do que em Chicago, apesar de esta metrópole norte-americana possuir maior quantidade de indústrias e automóveis em circulação.

            Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento de teor de gás carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930. Hoje em dia esse aumento é de aproximadamente 0,3% ao ano. Os desmatamentos contribuem bastante para isso, pois a queima das florestas produz grande quantidade de gás carbônico. Como o gás carbônico tem a propriedade de absorver calor, pelo chamado “efeito estufa” , um aumento da proporção desse gás na atmosfera pode ocasionar um aquecimento da superfície terrestre. Efeito estufa: ação que certos gases exercem sobre a radiações do calor da terra, interceptando-as e transmitindo-as de volta a superfície.

            Baseados nesse fato, alguns cientistas estabeleceram a seguinte hipótese: com a elevação da temperatura média na superfície terrestre, que no início do século XXI será 2ºC mais alta do que hoje, o gelo existente nas zonas polares (calotas polares) irá se derreter. Consequentemente, o nível do mar subirá cerca de 60 m, inundando a maioria das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores pensam inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de 80. Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quente e algumas medições constataram um aumento pequeno, de centímetros, do nível médio do mar em algumas áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda admitido por grande parte dos estudiosos do assunto.

            Outra importante conseqüência da poluição atmosférica é o surgimento e a expansão de um buraco na camada de ozônio, que se localiza na atmosfera - camada atmosférica situada entre 20 e 80 Km de altitude.


            O ozônio é um gás que filtra os raios ultravioleta do Sol. Se esses raios chegassem à superfície terrestre com mais intensidade provocariam queimaduras na pele, que poderiam até causar câncer, e destruiriam as folhas das árvores. O gás CFC - clorofluorcarbono -, contido em sprays de desodorantes ou inseticidas, parece ser o grande responsável pela destruição da camada de ozônio. Por sorte, esses danos foram causados na parte da atmosfera situada acima da Antártida. Nos últimos anos esse buraco na camada de ozônio tem se expandido constantemente.

A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

            Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a industrialização, a situação começou a sofrer profundas alterações. O volume de detritos despejados nas águas tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser despejada na água  uma grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, não são decompostos pela natureza. Tais elementos - por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes e os pesticidas - vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando a vida aquática.

            A água empregada para resfriar os equipamentos nas usinas termelétricas e atomelétricas e em alguns tipos de indústrias também causa sérios problemas de poluição. Essa água, que é lançada nos rios ainda quente, faz aumentar a temperatura da água do rio e acaba provocando a eliminação de algumas espécies de peixes, a proliferação excessiva de outras e, em alguns casos, a destruição de todas.


            Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos vazamentos causados por acidente, em que milhares de toneladas de óleo são despejados na água, os navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por ocasião de lavagem de seus reservatórios. Esses resíduos  de petróleo lançados ao mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da carga total.

O QUE É POLUIÇÃO?


1-    O que é poluição

            Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais, do habitat de uma coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais dois exemplos.

            Um deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para combater certos microorganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o acúmulo desses produtos acaba por contaminar os alimentos com substâncias nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas. Outro exemplo é o das chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica carregada de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes e outras construções, além de afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas pessoas, são formados pela emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em locais distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos que carregam esses gases de uma área para outra.

O problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

2-  A revolução industrial e a poluição.

            Foi a partir da revolução industrial que a poluição passou a constituir um problema para a humanidade. É lógico que já existiam exemplos de poluição anteriormente, em alguns casos até famosos (no Império Romano, por exemplo). Mas o grau de poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua escala deixou de ser local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a principal responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também porque a Revolução Industrial representou a consolidação e a mundialização do capitalismo, sistema sócio-econômico dominante hoje no espaço mundial. E o capitalismo, que tem na indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta urbanização, com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os congestionamentos de tráfego etc.

            Mas o importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado para a produção e acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais são do que mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande escala - para a troca, para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo. Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O importante nesse processo não é o que é bom ou justo e sim o que trará maiores lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com as conseqüências a longo prazo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma de “progresso”, entendido como acumulação constante de riquezas, que se concentram sempre nas mãos de alguns.

            A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem - como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc. - , que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.

            Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade de vida.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

BIOGRAFIA DE ROBERTO FREIRE

ROBERTO FREIRE



     Neste final de século, a ciência, a tecnologia e o consumo, levaram o homem moderno a uma situação paradoxal: temos condições como nunca de termos uma melhor qualidade de vida, mas parece que perdemos a capacidade de simplesmente curtir a vida. A satisfação pessoal tornou-se acessório no ritmo massacrante do cotidiano, cheio de stress, violência e injustiças.   É neste quadro que a obra e a vida de Roberto Freire são um referencial fundamental para se discutir os caminhos do futuro.

     Para a juventude, Roberto Freire virou ícone ao publicar o livro Sem Tesão Não Há Solução. Freire traduziu a transformação semântica que os jovens deram a palavra tesão, passando a ter uma conotação mais ampla que somente a sexual, exprimindo tudo o que representa beleza, alegria e prazer. A busca do tesão no cotidiano e a vivência de todos os vexames necessárias à liberdade passaram a ser bandeiras defendidas em seus livros, peças, ensaios e muitas outras atividades desenvolvidas durante sua inquietante e apaixonada atuação na cultura nacional.

     Roberto Freire vem marcando sua presença na vida intelectual brasileira pela intensa multiplicidade de sua obra. Escritor, dramaturgo,  72 anos, o escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta médico, ex-psicanalista, trabalhou também em teatro, televisão e cinema. Sua longa e rica trajetória sempre se caracterizou pelo esforço em sintonizar a ideologia do prazer (o tesão) com seu trabalho científico e artístico.

     Abandonou a psicanálise no início dos anos 60 para se dedicar ao teatro e ao jornalismo. Dez anos depois, Freire volta a atividade terapêutica com o objetivo de descobrir um método libertário que pudesse servir pessoas com problemas de ordem emocional de qualquer nível econômico e social.

      Criou a SOMA, uma terapia anarquista, que se baseia nas idéias revolucionárias de Wilhelm Reich e as técnicas do Jogo de Capoeira Angola, em um processo de desbloqueio da criatividade.

     Através de seus romances (Cléo e Daniel - 1965, Coiote - 1988 e Os Cúmplices - 1996, lançado em dois volumes), conquistou legiões de leitores, em especial o público jovem. No campo da psicologia e política, escreveu vários livros de ensaio, como Ame e Dê Vexame, Utopia e Paixão e Tesudos de Todo Mundo, Uni-vos!, entre outros.

     Como escritor e terapeuta, Roberto Freire vem realizando inúmeras conferências por todo país, sempre com a presença de um grande números de jovens interessados em debater o conteúdo libertário de sua obra.

     Vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em reportagem para a revista Realidade, Roberto Freire recentemente voltou a produção jornalística como um dos editores da revista Caros Amigos, lançada no início de 1997, distribuída nos principais estados brasileiros e em Portugal. Caros Amigos retomou o jornalismo paixão que marcou a década de 70.

     Dentro da programação televisiva, Freire foi redator de sucessos de audiência como Malu Mulher, A Grande Família e Obrigado, Doutor.

      Como cineasta, escreveu, co-produziu e dirigiu o longa Cléo e Daniel, com Irene Stefâni, Chico Aragão, Sônia Braga, John Herbert e Zezé Mota.

     Durante o período da ditadura, Roberto Freire teve forte participação política e cultural, sobretudo através do teatro, com a peça O&A e Morte e Vida Severina, vencedora do Festival Internacional de Nancy, na França. De 1963 a 1979, foi preso e torturado 13 vezes, o que resultou na perda da visão do olho direito.

     Com 72 anos, o escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta e, acima de tudo, militante do tesão, continua na ativa: dois novos livros, Liv e Tatziu - uma história de amor incestuoso e O Tesão e o Sonho; grupos de terapia em São Paulo; palestras em todo o Brasil, e atuando na contínua pesquisa e desenvolvimento da SOMA, participando do Coletivo Anarquista Brancaleone.

Cartas para Roberto Freire
ou quem deseje se cadastrar na mala direta do Brancaleone e receber o Jornal da SOMA, TESÃO - Prazer e Anarquia:
CAIXA POSTAL 70513 - SÃO PAULO - CEP 05013-990 - BRASIL




Texto autorizado para divulgação na Biblioteca Virtual por João da Mata
BIBLIOTECA VIRTUAL







domingo, 24 de novembro de 2013

BIOGRAFIA DE ALFRED JOSEPH HITCHCOCK

Alfred Joseph Hitchcock




Consagrado como o mestre do gênero "thriller" que ele próprio inventou, Alfred Hitchcock foi também um brilhante técnico que mesclou habilmente sexo, suspense e humor. Ele começou sua carreira no cinema em 1919, ilustrando títulos em cartazes para filmes mudos na Paramount's Famous Players-Laskey, um estúdio em Londres. 

Ocupação: Diretor, roteirista, produtor
Nome completo: Alfred Joseph Hitchcock
Data de nascimento:13 de Agosto de 1899, Leytonstone, Inglaterra
Morreu em:29 de Abril , 1980
Estudou em: St. Ignatius College, London; School ofEntão ele aprendeu a escrever, editar e dirigir filmes, tornou-se assis- tente de diretor em 1922. Naquele ano ele diri- giu um filme interminado, "Number thirteen" ou "Mr. Peabody". Seu primeiro filme completo como diretor foi "The Pleasure Garden" de 1925 uma produção anglo-germanica filmada em Munique. A experiência ajudou a inserir um caráter expressionista em seus filmes. "The Lodger" de 1926, seu filme de conquista, foi um exemplo nítido de uma porção do clássico hitchcockano : um protagonista inocente e falsamente acusado de um crime e acaba se envolvendo em uma rede de intrigas. Um exemplo mais recente da técnica virtuosa de Hitchcock foi sua criação de um "som subjetivo" para Blackmail (1929), seu primeiro filme com som. Nessa historia de uma mulher que apunhala um artista até a morte quando ele tenta seduzi-la, Hitch enfatizou a ansiedade da mulher que gradualmente alterou tudo menos a palavra "faca" em uma conversa com vizinhos na manha após o assassinato. Murder (1930) foi sua primeira ligação explicita entre sexo e violência. The man who knew too much (O Homem Que Sabia Demais, 1934), um sucesso de critica e publico, estabeleceu uma ótima mistura entre relações familiares e cenas de suspense . "The 39 Steps" mostra um Hitchcock maduro. Apesar de seus méritos, "Secret Agent" (1936) e "Sabotage" (1936) mostrou erros de Hitchcock que ele depois aprendeu com "The Lady Vanishes" (1938), exemplarmente Hitchcock: suave espirituoso e extremamente divertido. O último filme britanico de Hitchcock , Jamaica Inn (1939), e seu primeiro filme americano Rebecca (1940), foram ambos bem montadosainda que fossem trabalhos um tanto não característicos baseados em uma novela de Daphne du Maurier. Apesar de sua narrativa um tanto confusa, Foreign Correspondent (1940) foi o primeiro filme de Hollywood em seu reconhecido estilo Suspicion (1941), a história de uma mulher que pensa que seu marido é um assassino a ponto de torná-la a próxima vítima, foi uma exploração da dinâmica familiar, a introdução de um demônio na arena domestica pressagiou Shadow Of a Doubt (1943), a historia de uma mulher que descobre que seu tio favorito é um assassino, que no fundo é uma analise na vida da classe media americana. Nos filmes de Hitchcock, o demônio não se manifesta apenas nos atos de violência física, mas também na forma psicológica. Hitchcock retornaria ao tema sacrificio-de-identidade feminina varias vezes, mas imediatamente em Notorious (1946) uma perversa historia de amor sobre um agente do FBI que deveria mandar a mulher que amava para um exercito nazista para descobrir um circulo de espionagem. Outros dramas psicológicos dos últimos anos 40, Spellbound (1945), The Paradise Case (1948) e Under Capricorn (1949), Both Lifeboat (1944) e Rope (1948), são interessantes exercícios técnicos: no primeiro o objetivo era contar uma historia dentro de um pequeno bote. Rope fazia parte de Strangers on a Train (1951), uma intenção de criar o assassinato perfeito tanto quanto uma forte corrente homérica Durante seu momento mais inspirado de 1950 a 1960 Hitchcock produzi um ciclo de filmes memoráveis que incluía filmes como I confess (1953) , o sofisticado disque m para matar (1954), e to Catch a Thief (1955) e o remake de O Homem que sabia demais (1956) alem da comedia de humor negro The Trouble With Harry (1955). Ele também dirigiu outros filmes que merecem destaque em sua carreira como Strangers on a Train e o drama baseado em fatos reais The Wrong Man (1956), que faz uma critica ao sistema judiciário americano. 

As três obras primas desse período foram Rear Window (1954) a historia de um fotografo que suspeita que seu vizinho é um assassino. Nesse filme Hitchcock mostrou a relação entre observador e observado envolvendo em extensão o observador do filme. Em Vertigo Hitchcock se aprofundou no psicológico das personagens aperfeiçoando características que já havia utilizado em outros filme como Shadow Of a Doubt e Notorios, alem decriar movimentos de câmera tão sofisticados que até hoje são imitados. North by Northwest (1959) é considerado o filme mais agiu de Hitchcock. Pode-se encontrar nesse filme quase todas as características presentes em seus filmes anteriores como: tiros, um homem inocente que tem que corre para provar sua inocência, drama, relações homem e mulher, piadas, mulheres misteriosas e acima de tudo muito suspense. Psicose (1960) é famoso pela cena do chuveiro, é um modelo clássico de edição e seleção. A Violação da narrativa convencional que fez do protagonista invulnerável. Os pássaros (1963) que na verdade não tem um vilão humano, Marnie (1964), que narra a historia de uma mulher ladra por conseqüência de um trauma de infância, mostrando uma relação entre criminalidade, violência e o sexo. Torn Curtain (1966) considerado um filme fraco do diretor, mas não desprezível. Hitchcock desapontou no filme Topaz (1969), pois contem uma historia desfocada durante a crise cubana. Mas em 1972 ele voltou para a Inglaterra onde dirigiu Frenzy. Narra a historia de um homem que é acusado de ser um serial killer e como em outros filmes do diretor, tem que correr atras da sua inocência. Seu ultimo filme foi Family Plot (1976) que coloca um casal de ladroes profissionais contra um casal de trambiqueiros. Hitchcock fechou bem sua carreira com um filme que mostrou a eterna simetria entre o bem e o mal. 

No natal de 1979, a rainha da Inglaterra nomeou-o como "Grande cavaleiro do império britânico e lhe concedeu o titulo de Sir Alfred Hitchcock. Ele fez sua ultima aparição em publico no dia 16 de março de 1980. Depois redigiu um testamento somente no nome de sua filha Patrícia. Morreu no dia 29 de abril de 1980 as 9 horas e 17 minutos. O suspense está morto... definitivamente!