sexta-feira, 29 de abril de 2011

COCAÍNA-DEFINIÇÕES E SUAS FORMAS DE CONSUMO

   Embora o termo "Crack" venha sendo veiculado há pouco mais de 20 anos, a história do consumo dos produtos da cocaína é bastante antiga. Relatos sobre o uso das folhas do arbusto (Erythroxylon, natural da América do Sul, mais especificamente encontrado na região Amazônica) são encontrados em tribos peruanas 2000 anos antes do descobrimento de nosso continente. A folha mascada libera baixas doses de cocaína, substância ativa da planta, que promove todos os seus efeitos. O uso, porém, era controlado, assciado exclusivamente aos propósitos religiosos, ocupacionais ou como prerrogativa  da mais casta deste povo. Esta forma de uso se manteve até a civilização Inca, mesmo quando da chegada dos espanhóis, que logo verificaram suas propriedades de estímulo na exploração do ouro da Terra Nova. Contudo, a tentativa de transporte da planta para a Europa, naquela época, destruía a substância ativa contida nas folhas, perdendo todos os seus efeitos estimulantes. Esta razão foi responsável pelo esquecimento da substância nas publicações européias dos séculos seguintes, até que na metade do século passado foi conseguida a extração da substância pura, a cocaína, em forma de pó.
   A apresentação aspirada produzia um efeito muito maior do que o observado na mascagem das folhas, tornando-se coqueluche no final do século passado no Velho Continente-a primeira epidemia de consumo da coca. Ao mesmo tempo a medicina inventava um método novíssimo para administração de remédio, a injeção. Assim, as principais formas de consumo na virada do século eram intranasal e intravenosa.
Em seguida, porém, a sociedade foi obrigada a se conffrontar com um imenso rol de complicações e consequencias desastrosas do consumo de cocaína e em 1914 a cocaína passava a ser proibida tanto nas Américas como na Europa. A sociedade moderna tomava consciencia pela primeira vez, do potencial destrutivo desta droga.
De uma forma extremamente interessante, a proibição surtiu efeitos importantes, e o uso da cocaína praticamente desapareceu por pouco mais de meio século. A cocaína ressurge no início da década de 70 e, surpreendentemente, ganha a reputação de drogas segura e "light", a "vitamina dos anos 90". O  resultado disto foi a explosão do consumo ba América do Norte, atingindo seu pico em 1985 nos Estados Unidos da América e cinco anos mais tarde em nosso país. O Brasil passa a ser reconhecido como uma das principais vias de exportação da droga, principalmente para a Europa.
   Em meados da década passada a sociedade teve contato com o "crack". Denominado de "pedra" pelos usuários em nosso meio, é consumido por "via" fumada. A pedra unitária tem preço mais acessível, promovendo a impressão de que o usuário economiza quando troca o consumo do pó pela pedra. Grande ilusão: a "pedra" tem quantidade mínima de substância ativa, muito menor do que o pó: seus efeitos, porém, são mais pronunciados pela liberação da cocaína diretamente na corrente sanguínea através dos pulmões. Reputado como "uma nova droga" o crack não passa de um novo método de consumo de uma droga muito antiga.  Próximo as áreas de produção, entretanto uma outra forma de fumar a cocaína , a muito era utilizada: a pasta -base. esta é uma mistura das folhas com solventes químicos, que apresenta enorme toxicidade (40% de impurezas). Uma outra forma de fumar a cocaína é conhecida em várias regiões do Brasil com o nome de Méla ou Merla. Esta é mais tóxica ainda que a pasta-base, sendo que as complicações médicas são ainda mais precoce no curso do uso da cocaína. Outra forma ainda que o organismo absorve a cocaína é através de mucosas. As complicações médicas deste consumo são imprevisiveis e frequentemente letais.
No precesso de produção da droga, éter, acetona, querosene, ácido sulfurico, ácido clorídrico e amoníaco são usados, contribuindo para a toxicidade da droga. Outras substâncias igualmente tóxicas (gasolina, talco, etc) frequntemente são acrescidas à cocaína já produzida, com a finalidade de aumentar o lucro do tráfico. Mudam os processos de produção, as vias de utilização e os produtos finais, porém em comum a todas encontramos a mesma substância ativa: a cocaína .
   Tambem em comum às diversas formas de consumo temos a dependênci, o uso compulsivo, as complicações em várias áreas de funcionamento do consumidor (família, saúde, ocupação, entre outras), o imenso custo social e de saúde (estimado em até 300 bilhões de dolares norte americanos por ano, apenas nos EUA), a criminalidade e enfim, a morte.

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