ROBERTO FREIRE
Neste final de século,
a ciência, a tecnologia e o consumo, levaram o homem moderno a uma situação
paradoxal: temos condições como nunca de termos uma melhor qualidade de vida,
mas parece que perdemos a capacidade de simplesmente curtir a vida. A
satisfação pessoal tornou-se acessório no ritmo massacrante do cotidiano, cheio
de stress, violência e injustiças. É
neste quadro que a obra e a vida de Roberto Freire são um referencial
fundamental para se discutir os caminhos do futuro.
Para a juventude,
Roberto Freire virou ícone ao publicar o livro Sem Tesão Não Há Solução. Freire
traduziu a transformação semântica que os jovens deram a palavra tesão,
passando a ter uma conotação mais ampla que somente a sexual, exprimindo tudo o
que representa beleza, alegria e prazer. A busca do tesão no cotidiano e a
vivência de todos os vexames necessárias à liberdade passaram a ser bandeiras
defendidas em seus livros, peças, ensaios e muitas outras atividades
desenvolvidas durante sua inquietante e apaixonada atuação na cultura nacional.
Roberto Freire vem
marcando sua presença na vida intelectual brasileira pela intensa multiplicidade
de sua obra. Escritor, dramaturgo, 72
anos, o escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta médico,
ex-psicanalista, trabalhou também em teatro, televisão e cinema. Sua longa e
rica trajetória sempre se caracterizou pelo esforço em sintonizar a ideologia
do prazer (o tesão) com seu trabalho científico e artístico.
Abandonou a psicanálise
no início dos anos 60 para se dedicar ao teatro e ao jornalismo. Dez anos
depois, Freire volta a atividade terapêutica com o objetivo de descobrir um
método libertário que pudesse servir pessoas com problemas de ordem emocional
de qualquer nível econômico e social.
Criou a SOMA, uma
terapia anarquista, que se baseia nas idéias revolucionárias de Wilhelm Reich e
as técnicas do Jogo de Capoeira Angola, em um processo de desbloqueio da
criatividade.
Através de seus romances (Cléo e Daniel -
1965, Coiote - 1988 e Os Cúmplices - 1996, lançado em dois volumes), conquistou
legiões de leitores, em especial o público jovem. No campo da psicologia e
política, escreveu vários livros de ensaio, como Ame e Dê Vexame, Utopia e
Paixão e Tesudos de Todo Mundo, Uni-vos!, entre outros.
Como escritor e terapeuta, Roberto Freire vem realizando inúmeras conferências por todo país,
sempre com a presença de um grande números de jovens interessados em debater o
conteúdo libertário de sua obra.
Vencedor do Prêmio Esso
de Jornalismo em reportagem para a revista Realidade, Roberto Freire
recentemente voltou a produção jornalística como um dos editores da revista
Caros Amigos, lançada no início de 1997, distribuída nos principais estados
brasileiros e em Portugal. Caros Amigos retomou o jornalismo paixão que marcou
a década de 70.
Dentro da programação
televisiva, Freire foi redator de sucessos de audiência como Malu Mulher, A
Grande Família e Obrigado, Doutor.
Como cineasta,
escreveu, co-produziu e dirigiu o longa Cléo e Daniel, com Irene Stefâni, Chico
Aragão, Sônia Braga, John Herbert e Zezé Mota.
Durante o período da
ditadura, Roberto Freire teve forte participação política e cultural, sobretudo
através do teatro, com a peça O&A e Morte e Vida Severina, vencedora do
Festival Internacional de Nancy, na França. De 1963 a 1979, foi preso e
torturado 13 vezes, o que resultou na perda da visão do olho direito.
Com 72 anos, o
escritor, jornalista, dramaturgo, somaterapeuta e, acima de tudo, militante do
tesão, continua na ativa: dois novos livros, Liv e Tatziu - uma história de
amor incestuoso e O Tesão e o Sonho; grupos de terapia em São Paulo; palestras
em todo o Brasil, e atuando na contínua pesquisa e desenvolvimento da SOMA,
participando do Coletivo Anarquista Brancaleone.
Cartas para Roberto Freire
ou quem deseje se cadastrar na mala direta do Brancaleone e
receber o Jornal da SOMA, TESÃO - Prazer e Anarquia:
CAIXA POSTAL 70513 - SÃO PAULO - CEP 05013-990 - BRASIL
Texto autorizado para divulgação na Biblioteca Virtual por João da
Mata
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